terça-feira, 23 de dezembro de 2008

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

“Bioetanol de cana-de-açúcar”, compilação didática

Subsidiar um diálogo internacional com base científica visando à criação e o desenvolvimento de um mercado mundial de biocombustíveis, tendo como base uma compilação didática que mostre as vantagens econômicas, sociais e ambientais do etanol da cana-de-açúcar produzido no Brasil.

Essa é a proposta do livro Bioetanol de Cana-de-Açúcar – Energia para o Desenvolvimento Sustentável, organizado por Luiz Augusto Horta Nogueira, professor do Instituto de Recursos Naturais da Universidade Federal de Itajubá. A publicação está disponível para consulta gratuita na internet.

“A obra aborda as principais características, limitações e vantagens do etanol produzido no Brasil. Ela mostra, por exemplo, estudos que comprovam que o bioetanol é o combustível que melhor atende as necessidades de redução de gases do efeito estufa, podendo ele ser introduzido, sem grandes problemas, na matriz energética de quase todos os países”, disse Nogueira à Agência FAPESP.

Segundo ele, essas e outras questões são abordadas em bases competitivas. “Nesse momento em que a humanidade se preocupa em obter alternativas sustentáveis para seu desenvolvimento energético, destacamos que o Brasil vem desenvolvendo e aperfeiçoando, há mais de 80 anos, uma alternativa energética que pode servir de modelo para outros países.”

A idéia é que a obra também sirva de referência para o estudo dos potenciais da produção do biocombustível a partir da cana-de-açúcar em condições tecnológicas e climáticas adequadas, especialmente nos países tropicais e subtropicais.

O conteúdo do livro tem como base artigos e estudos científicos de diversos autores brasileiros, além da literatura técnica disponível e levantamentos específicos sobre o setor realizados pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) e pelo Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O trabalho contou ainda com a participação de pesquisadores do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e de representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

“O CGEE acumula uma série de textos e estudos sobre o etanol, realizados principalmente em 2004 e 2005, que geraram conhecimentos de ponta que agora estão se convergindo nessa publicação”, disse Lúcia Melo, presidente do CGEE durante o lançamento do livro no fim de novembro, na capital paulista.

“Os textos foram propositalmente produzidos em uma linguagem simples, em três idiomas, para que o Brasil possa participar, de modo mais intensivo, do esforço internacional de uso da biomassa. A obra ajudará a difundir a idéia de que o país tem condições reais de ampliar sua produção de etanol a partir da cana-de-açúcar a partir de uma agenda comum entre os países”, explicou.

A publicação está dividida em nove capítulos: “Bioenergia e biocombustíveis”, “Etanol como combustível veicular”, “Produção de bioetanol”, “Co-produtos do bioetanol de cana-de-açúcar”, Tecnologias avançadas na agroindústria da cana-de-açúcar”, “Bioetanol de cana-de-açúcar no Brasil”, Sustentabilidade do bioetanol de cana-de-açúcar: a experiência brasileira”, “Perspectivas para um mercado mundial de biocombustíveis” e “Uma visão de futuro para o bioetanol combustível”.

AVIÕES FLEX

Além de descrever as características biológicas da cana-de-açúcar como planta, as técnicas de produção do álcool e de seus co-produtos como a bioeletricidade, o livro aponta que, em 2007, o agronegócio da cana movimentou cerca de R$ 41 bilhões no Brasil, quando foram produzidos 30 milhões de toneladas de açúcar e 17,5 bilhões de litros de bioetanol no país.

A produção de cana-de-açúcar saltou de 88,92 milhões de toneladas na safra 1975/76 para 489,18 milhões de toneladas na safra 2007/08. A cultura da cana ainda ocupa, no entanto, apenas 9% da superfície agrícola do país, perdendo em área cultivada para a soja e milho.

No Brasil o consumo do etanol produzido da cana-de-açúcar já substitui metade da procura pela gasolina e seu custo é competitivo mesmo sem os subsídios que antigamente viabilizaram a produção do biocombustível. Esses incentivos tiveram início com a criação do Proálcool, programa lançado no país em meados da década de 1970 visando a reduzir a dependência da importação de petróleo.

“Considerações econômicas da indústria do açúcar também pesaram no estabelecimento do Proálcool, porém preocupações de caráter ambiental e social não tiveram papel significativo na ocasião”, lembra o físico José Goldemberg no prefácio do livro.
“Já nos Estados Unidos, o grande produtor mundial de etanol com base no milho, o programa é mais recente e suas justificativas são a eliminação de aditivos da gasolina e a redução das emissões de gases que provocam o aquecimento global”, acrescenta Goldemberg, pesquisador do Centro Nacional de Referência em Biomassa, vinculado ao Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da Universidade de São Paulo (USP).

Nos países da Europa Ocidental, por sua vez, o etanol é produzido a partir do trigo e da beterraba, sendo que o custo do biocombustível é de duas a quatro vezes mais elevado do que no Brasil e subsídios internos e barreiras alfandegárias protegem as indústrias locais, impedindo a importação de etanol brasileiro.
Goldemberg alerta ainda que o que se pode chamar de “solução brasileira para os problemas dos combustíveis fósseis”, caracterizada pelo uso do etanol de cana-de-açúcar para substituir a gasolina, não é exclusivo do Brasil e também está sendo adotado em outros países produtores de cana, dos quais existem quase cem no mundo.

A obra aborda ainda assuntos como “O etanol em motores aeronáuticos”, “As possibilidades do açúcar orgânico”, “Evolução da produção de eletricidade nas usinas brasileiras”, “Primeiros passos da etanolquímica no Brasil” e “Melhoramento genético e disponibilidade de cultivares”. De acordo com a publicação, o uso do etanol hidratado como combustível aeronáutico é uma realidade comum no interior do Brasil, o que comprova o bom desempenho desse combustível em motores alternativos.
Desde 2005 a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) fornece kits para adaptação de aviões agrícolas, de gasolina para etanol, e atualmente está desenvolvendo sistemas flex fuel para motores aeronáuticos, visando a atender aviões agrícolas de pequeno porte com motor a pistão, cuja frota estimada no Brasil é de 12 mil aeronaves.

“O uso do etanol hidratado permite a expressiva economia operacional, pois reduz em mais de 40% o custo por quilômetro voado e incrementa em 5% a potência útil do motor”, destaca o livro.

Click na imagem para ter acesso ao conteúdo na íntegra de Bioetanol de Cana-de-Açúcar – Energia para o Desenvolvimento Sustentável.
Fonte:Agência Fapesp.

Matéria-prima é diferencial para 2ª geração de etanol

Bagaço e palha de cana-de-açúcar em grande quantidade e a preço muito baixo dão vantagem para o Brasil liderar a produção de etanol de segunda-geração, apesar de ainda faltar investimento e incentivo à pesquisa e tecnologia

Mesmo com todo o investimento internacional em pesquisas e tecnologias avançadas, o Brasil tem condições de liderar o mercado de biocombustíveis de segunda geração, mais especificamente o de etanol, afirma o pesquisador do Centro de Tecnologias Ambientais e Energéticas do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (Cetae/IPT), Ademar Ushima. A explicação é a abundância de matéria-prima e a baixo preço.

“Hoje o Brasil produz o etanol mais barato do mundo e também produz a biomassa mais barata do mundo. Tanto o açúcar, quanto o bagaço ou a palha no Brasil são os mais baratos do mundo - e a quantidade gerada é muito grande”, explica.

Apesar disso, Ushima diz que as plantações de cana-de-açúcar no país possuem um potencial ainda inexplorado. “Tanto o bagaço quanto a palha que fica no campo podem ser aproveitados para a produção de etanol de segunda geração ou de pellets – compensados que servem de combustível para caldeiras ou lareiras, altamente consumidos em países como os da Europa”.

Hoje boa parte dessa biomassa é desperdiçada, mas o pesquisador afirma que cada tonelada de cana-de-açúcar plantada no Brasil pode gerar uma receita de R$ 25 em energia elétrica; R$ 32,80 em pellets; R$ 59,00 em metanol e R$ 44,80 em etanol, se todos os resíduos forem aproveitados na colheita.

Para a produção de etanol, há duas grandes rotas tecnológicas desenvolvidas no Brasil. Uma delas é a hidrólise, que pode ser enzimática ou ácida. “A tendência mundial está indo para a hidrólise enzimática”, afirma Ushima. Ele diz que, as pesquisas realizadas no Brasil são bastante intensas nesse sentido, com várias equipes trabalhando nessa linha, desde a área de enzimas até a de reatores e de genética.

“O Brasil está bem representado em termos tecnológicos na linha de hidrólise”, avalia. A liderança nesse setor, no entanto, cabe aos Estados Unidos. “Eles investem muito mais recursos do que o Brasil, mas é compreensível”, observa.

Ushima destaca a criação do Centro Tecnológico do Etanol, em Campinas, São Paulo, onde deverá ser construída uma unidade-piloto para realização de testes com as tecnologias desenvolvidas nos laboratório das universidades brasileiras. “Essa unidade-piloto vai ser fundamental para provar se essas tecnologias realmente são passíveis de serem transferidas para a indústria”, comemora.

Rota térmica

Uma outra linha de estudo para produção de etanol de segunda geração é a rota térmica, pela qual se gaseifica a biomassa para geração de combustíveis líquidos. Ushima é um dos poucos pesquisadores que atuam na área térmica no país e diz que as pesquisas nesse campo no Brasil estão atrasadas em relação à enzimática. “Existem poucos grupos estudando e os recursos colocados também são menores. Perdemos na ordem de seis para um”, lamenta.

O pesquisador explica que na Europa a rota térmica recebe um incentivo muito grande e acredita que a visão brasileira sobre essa linha de estudo precisa mudar porque, segundo ele, as duas tecnologias apresentam o mesmo potencial de geração de etanol a partir da biomassa. “Ninguém sabe ainda qual será o modelo que irá prestar, porque ninguém conseguiu desenvolver a linha completa de conversão de biomassa até o etanol, seja na parte de hidrólise ou na de gaseificação”. Ushima diz que isso só será provado no momento em que se conseguir construir uma unidade de demonstração.

A Alemanha é o país que está mais avançado nesse aspecto, pois já construiu uma unidade na área térmica que entrará em operação no próximo ano. “É uma unidade de demonstração, que ficará um ano em processo de comissionamento e que permitirá testar a tecnologia, avaliando os custos reais da unidade. Se obtiver sucesso, poderá ser implantada em vários locais do mundo”.

No Brasil, a previsão é de que se chegue ao processo completo de produção de etanol de segunda geração dentro de cinco anos. Ushima diz que ainda faltam pesquisadores e investimentos na área de desenvolvimento, mas garante que, em termos de matéria-prima, inegavelmente é o país com o menor custo da biomassa no mundo.

Crédito: Eduardo César/Revista Fapesp
Fonte

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A enorme potencialidade da cana-de-açúcar

27/11/08 - Recentemente, duas empresas brasileiras, uma de investimentos e outra de usina de cana, anunciaram um arrojado acordo comercial com uma empresa de tecnologia americana para a produção de diesel de cana. Trata-se de um novo biocombustível, que irá substituir o petrodiesel em caminhões, ônibus, tratores e semelhantes. A tecnologia foi mais complexa para desenvolver que para explicar. Cientistas introduziram 15 genes de outras espécies no fermento Sacharomyces cerevisiae, que passa a produzir farneceno em vez de álcool.

Este acordo comercial é uma decorrência do enorme sucesso do bioetanol, inicialmente como combustível dos veículos a álcool e, recentemente, dos flex-fuel. Nos últimos cinco anos, a cadeia
sucroalcooleira ganhou musculatura suficiente para investirem novos negócios, tanto em energia quanto na química fina. Quem se acostumou a associar cana com açúcar terá que reformular seu
mapa mental. Até a década passada, o açúcar era o principal produto da cana, hoje substituído pelo etanol. Mas que deverá reinar por pouco tempo, pois duas ondas de negócios poderosos
emergem a partir da cana: a bioeletricidade e os bioprodutos, resultantes das biorefinarias. Este é um conceito inspirado nas refinarias de petróleo, para gerar produtos que sucederão os derivados da petroquímica, como plásticos, polímeros e insumos para a química fina e farmacêutica.

Por que a cana apresenta esta potencialidade? Mais que tudo por sua alta densidade energética: uma tonelada de cana possui energia equivalente a 1,3 barril de petróleo (1,7GJ). Comparemos a cana com paradigmas conhecidos. Primeiro com a usina de Itaipu, cujo pico de produção de energia elétrica, ocorrido em 2002, foi de 93TWh. Pois a colheita de cana de 2008 equivale, em termos energéticos, a dez usinas de Itaipu. Com a diferença de que a cadeia da cana gera milhares de vezes mais empregos que Itaipu.

A segunda comparação é com a reserva petrolífera de Tupi, descoberta pela Petrobras. Imaginando que, a partir deste ano, 50% da demanda de petróleo brasileira viesse dessa reserva, ela se esgotaria antes de 2030. Para produzir o equivalente à energia do petróleo de Tupi, seria necessário cultivar apenas 2,5 milhões a 3 milhões de hectares de cana, que continuariam produzindo após 2030, além de gerar milhares de vezes mais empregos que os oferecidos pela cadeia petrolífera.

Apesar do natural potencial, foi necessário um auxílio da ciência para que a cana produzisse tamanha energia e apresentasse alta competitividade, tanto no mercado alimentício quanto no energético ou químico. Para tanto, centenas de cientistas trabalharam para garantir a maior produtividade da cana, com custo mais baixo e com menos impacto ambiental. Como o leque de negócios da cana se expande exponencialmente, seu cultivo deverá crescer na mesma razão.

Portanto, é necessário, periodicamente, efetuar uma análise estratégica dos rumos que a cana tomará, das mudanças negociais e ambientais, e gerar uma agenda de pesquisa que torne a
tecnologias disponíveis assim que o setor produtivo as demandar. Com este espírito organizamos, em setembro passado, o workshop Sugarcane Technological Roadmap, cujo resultado foi uma visão clara da agenda de pesquisa e desenvolvimento até 2030. Neste período a cana enfrentará o desafio de ingressar em novas áreas do Centro e do Norte do Brasil, onde antes jamais houvera sido cultivada, demandando novas variedades, fórmulas inovativas de fertilização, manejo da água de irrigação, entre outros.

Ficou clara a necessidade de introduzir na genética da cana tolerância ou resistência a estresses, sejam bióticos (pragas e doenças) ou abióticos (seca, temperatura, salinidade, acidez do solo), assegurando que a cana fixe nitrogênio doar, para garantir sua competitividade no novo ambiente produtivo. A colheita mecânica será a marca das próximas décadas, significando diversas alterações nas variedades e no conjunto de tratos culturais do sistema de produção. Parte da palha que era queimada no campo, agora será levada para as usinas, para gerar bioeletricidade, o que significa estudos para adequar a cultura aos novos tempos. A necessidade de racionalização de operações e de custos exigirá modificações de paradigmas seculares, como novas técnicas de plantio da cana.

O resultado do workshop foi altamente compensador, pela visão estratégica que proporcionou sobre o futuro da cultura e as necessidades de investimentos em ciência e tecnologia.


Décio Luiz Gazzoni
Fonte: Gazeta Mercantil

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

50 países querem tecnologia brasileira do etanol

13/11/08 - O Brasil é o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, com 27 bilhões de litros previstos para a safra 2007/2008. Essa tecnologia atrai o interesse de 50 países, que vão participar, de 17 a 21 deste mês, da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis: Os biocombustíveis como vetor do desenvolvimento sustentável, que será realizada em São Paulo.

A cana-de-açúcar responde por 16% da matriz energética brasileira, uma das mais limpas e renováveis do mundo (petróleo e derivados são 37%). Da planta aproveita-se o caldo, o bagaço e a palha para produção de açúcar, etanol, adubo e eletricidade, com vantagem de reduzir impactos ambientais e gerar créditos de carbono, pelo qual a empresa vende a países desenvolvidos o equivalente a cada tonelada evitada de dióxido de carbono (CO2), hoje cotada em torno de 18 euros.

O cultivo de cana ocupa menos de 1% dos 851 milhões de hectares do território brasileiro. De acordo com a Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, os investimentos externos no setor industrial do açúcar e do álcool estão em torno de 15%. O consumo do etanol já é maior que o da gasolina e os veículos brasileiros flex fuel permitem a utilização de até 100% do etanol hidratado. O álcool anidro é misturado, atualmente, à gasolina na proporção de 25%. O Brasil tem frota estimada em mais de 6 milhões de veículos flex fuel.

Com a crescente demanda mundial por energia limpa e renovável, o Brasil é protagonista neste cenário. É o país que mais aumenta a produção de excedentes e o maior exportador de carne de frango e bovina, café, açúcar, e o segundo maior de grãos. Além do potencial econômico, a produção e o uso do etanol geram benefícios socioambientais.

De acordo com o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, o governo federal tem promovido a disseminação de políticas que visam ampliar a participação dos biocombustíveis na matriz energética. ¿Entre os benefícios ambientais, a utilização de etanol combustível diminui a emissão de gás carbônico e reduz o consumo de petróleo, enfatizou.

O Brasil exporta não só biocombustíveis, mas também tecnologia e know-how para países interessados em desenvolver programas desses combustíveis renováveis. Muitas nações têm procurado conhecer o programa brasileiro para implementar modelos adaptados à sua realidade.

Entre os interessados estão o Mercosul, além de México e alguns tradicionais produtores de açúcar da região do Caribe, como Guatemala, El Salvador e Jamaica, além de países da Ásia e da África.

Fonte: Tribuna News

Ônibus a etanol será apresentado no Brasil Biocombustíveis

A montadora sueca de caminhões e ônibus Scania fará a demonstração de um ônibus movido a etanol, durante o evento “Brasil Biocombustíveis”, que acontece de 17 a 21 de novembro no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, SP. O projeto do veículo foi inicialmente desenvolvido no Brasil na década de 1980 e posteriormente aperfeiçoado na Suécia.

Com o apoio da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), a demonstração tem o objetivo de revelar os benefícios para o meio ambiente da substituição do diesel por etanol de cana, um biocombustível renovável e limpo. Segundo o consultor de emissões e tecnologia da Unica, Alfred Szwarc, o etanol reduz a poluição local do ar em 90% de material particulado e 60% de óxidos de nitrogênio, além de não conter enxofre.

"A substituição de mil ônibus a diesel por estes que são movidos a etanol evita a emissão de 96 mil toneladas de CO2 por ano. Isso equivale às emissões de uma frota de 20 mil automóveis movidos a gasolina por um ano inteiro”, disse Szwarc.

O uso de etanol para o transporte coletivo nos grandes centros urbanos vem sendo demonstrado em algumas cidades do mundo, além de São Paulo. Desde 1993, Estocolmo utiliza combustíveis renováveis no transporte urbano para combater o aquecimento global e promover a sustentabilidade.

O Projeto Best (Bio Ethanol Sustainable Transport ou Etanol para o Transporte Sustentável), contempla 600 ônibus rodando em várias cidades da Suécia, 400 deles na capital, capacitados a operar com motor a diesel adaptado para operar com 95% de etanol e 5% de um aditivo especial, que promove a ignição.

No Brasil, o Projeto Best está em operação desde outubro de 2007, sob a coordenação do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, com o apoio da União Européia e parceria de várias empresas e entidades, entre elas a Unica, que responde pelo abastecimento do etanol utilizado no projeto e contribui para sua divulgação.

O evento “Brasil Biocombustíveis” está sendo realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA). São aguardados 2,5 mil conferencistas e cerca de 80 ministros estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos e União Européia, que já lidam com a tecnologia dos biocombustíveis, além de representantes da imprensa internacional e de empresas estrangeiras.

O governo vai aproveitar ainda para disseminar no evento o uso da tecnologia flex, desenvolvida no Brasil, que permite que um automóvel seja abastecido tanto com etanol quanto gasolina, ou com qualquer mistura entre os dois. Hoje, quase 90% dos veículos comerciais leves vendidos no Brasil são flex.

Fonte: ProCana

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Etanol de segunda geração em estudo

20/10/08 - A Petrobras encomedou à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) duas pesquisas sobre o etanol de segunda geração. A primeira tem como objetivo avaliar qual variedade de cana-de-açúcar produz mais etanol do caldo e do bagaço. O outro estudo busca a forma mais viável de manipulação do bagaço para ser utilizado na produção do biocombustível.

As pesquisas serão realizadas no Centro de Tecnologia de Engenhos de Quissamã (CTE), que vai iniciar as suas atividades em março do ano que vem. O CTE terá como foco estudos sobre a produção de etanol de segunda geração a partir do bagaço da cana. O centro de pesquisas contará com o apoio acadêmico da Uenf, que já desenvolve análises sobre o combustível. Além da universidade, a prefeitura de Quissamã e o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) vão colaborar com as pesquisas do CTE. “ Esta cooperação tende a gerar muitos frutos”, ressaltou o reitor da Uenf, Almy Júnior Cordeiro de Carvalho.

O CTE faz parte do Pólo de Agro-Indústria Integrada da Cana de Quissamã, que tem como objetivo incentivar a criação de associações de produtores para a criação de uma marca única para a comercialização, em conjunto, dos derivados da cana.


Fonte: Energia Hoje

Cana-de-açucar, fonte de água

Os critérios de sustentabilidade e a legislação ambiental que cercam a atividade canavieira estão forçando a indústria a desenvolver tecnologias que envolvem cada vez mais a preservação dos recursos naturais, criando ciclos de renovação naturais diante da gigantesca produção sucroalcooleira. Primeiro, criaram-se meios para evitar contaminações do solo e das águas, e dessa forma a vinhaça ganhou um novo conceito transformando-se em fertilizante para a lavoura de cana. Posteriormente, surgiram outras vias sustentáveis para aproveitar quase 100% da matéria-prima, tornando a palha e o bagaço da cana, por exemplo, recursos “de ouro” para a produção de energia elétrica. Agora, a indústria dá mais um passo rumo a este novo conceito industrial e sustentável ao lançar a “Água de Cana” ou “Água Doce”.

A novidade foi lançada em agosto e deve estar totalmente disponível para o mercado em 2009. Trata-se de uma tecnologia capaz de tornar uma usina auto-suficiente em água, ou melhor, uma usina que não precisa lançar mão de mananciais, tirando da própria cana-de-açúcar a água necessária para seus processos industriais (isso é possível porque a cana tem 70% de água em sua composição). Mas o que se espera, além da auto-sustentabilidade hídrica, é que em um futuro bem próximo, os ajustes feitos a essa tecnologia possibilitem às usinas, o fornecimento de água industrial, agrícola e até potável ao mercado.

José Luiz Olivério, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini Indústria de Base, inventora do processo, adiantou que o sistema, na realidade, apresenta duas soluções para o mercado: “Já temos condições de fornecer usinas auto-sustentáveis em água e, em um segundo momento, transformar a usina em uma exportadora de água. Assim, a água será mais um produto obtido da cana, como a bioeletricidade”, explica.

Consumo de água

Dados do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) apontam que o consumo de água por parte das usinas de açúcar e etanol vem diminuindo significativamente nos últimos 20 anos. Em 1988, calculava-se um consumo de 5,6 mil litros de água por tonelada de cana. Hoje, as usinas usam 1,8 mil litros de água por tonelada. Com a nova tecnologia, a tendência é chegar a zero e ainda, produzir água excedente para comercialização.

O sistema foi apresentado pela Dedini nestas duas etapas: a usina auto-sustentável (aproveitamento máximo da composição hídrica da cana para o processo industrial) e a usina fornecedora de água, que através do sistema de evaporação da vinhaça concentrada (65%), consegue obter a “água doce” para uso industrial, agrícola (irrigação) e doméstico. Com esta tecnologia, ele garante que seria possível produzir 300 litros de água por tonelada de cana, o que representa, em uma usina com capacidade para 12 mil toneladas de cana/dia, a produção de 3,6 milhões de litros de água por dia.

Subprodutos do bem

O desenvolvimento destes novos produtos proporcionou à indústria chegar a um terceiro subproduto da cana-de-açúcar, igualmente amigo do meio ambiente, o Biofom. “A mesma tecnologia que permite o melhor aproveitamento da água no ciclo de processamento da cana, permitiu o desenvolvimento de um biofertilizante que foi batizado de Biofom, que pode substituir o fertilizante químico que vem do petróleo”, esclarece o executivo.

O Biofom é um biofertilizante organomineral feito a partir da mistura da cinza da caldeira, da torta de filtro, fuligem de chaminé e da vinhaça concentrada (todos subprodutos da fabricação do açúcar e do etanol) adicionado de fertilizantes minerais de acordo com as necessidades da cana e da soqueira. A indústria defende que o Biofom, em substituição à vinhaça, é mais vantajoso porque aumenta a produtividade da lavoura e reduz em 20% os gastos com transporte (consumo de combustível). De acordo com Olivério, o Biofom tem 90% de carga fertilizante, enquanto a vinhaça tem 10%. Ele diz ainda que o produto possui maior facilidade em atender à legislação ambiental, pois evita a perda de nutrientes do solo por lixiviação, substitui em parte o uso de fertilizantes minerais e elimina o mau cheiro da vinhaça.

Em sua opinião, a produção do Biofom pode representar uma grande revolução, já que o produto representa a utilização racional e econômica de todos os subprodutos produzidos na indústria sucroalcooleira e isso, por si só, minimiza o impacto ambiental de sua utilização in natura, além de poder permitir a redução das dosagens de nutrientes adicionadas na cultura canavieira, uma vez que ele combina a fertilização orgânica com a mineral, ou seja, mistura onde os nutrientes são potencializados.

Água mineral

Introduzir no mercado a tecnologia verde para um melhor aproveitamento de água é o objetivo principal da empresa, mas expandir os sub-produtos melhorados tecnologicamente também faz parte das intenções e, por isso, José Luiz Olivério não descarta a possibilidade de, em pouco tempo, usinas de etanol estarem atuando no setor de produção de água potável. “Esta possibilidade não está descartada e tem uma qualidade adicional: será uma água orgânica”, diz ele. “É uma água recuperada da cana, mas evidentemente que ainda será necessário realizar um profundo estudo de viabilidade e um plano de negócios para tomar essa decisão”.

Viviane Taguchi
Fonte: Revista Energia Mundo

Da:

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ministério veta plantio de cana-de-açúcar no Pantanal

04/11/08 - Pantanal foi vetado na elaboração do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, exceto no planalto pantaneiro, onde já existem plantações há mais de 10 anos.

O plantio de cana-de-açúcar no Pantanal está vetado pelo Ministério do Meio Ambiente, segundo informou ontem o ministro Carlos Minc durante a 53º Reunião Extraordinária do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

Com base na resolução 001/1985 do conselho, o plantio de cana-de-açúcar no Pantanal foi vetado na elaboração do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, exceto no planalto pantaneiro.

No planalto apenas será permitido o plantio direto, sem uso de máquinas ou agrotóxicos. Na planície, será proibido qualquer tipo de plantio de cana-de-açúcar. A intenção é diminuir erosões e o assoreamento dos rios.

Para Minc, as resoluções do Conama têm peso de lei. Ele afirmou que apesar das diversas interpretações do governo sobre o tema, o que prevaleceu foi "o respeito à resolução do Conama".

O Zoneamento Agroecológico da Cana vai nortear a expansão da cultura para a produção de etanol. Os estudos estão praticamente concluídos.

Foram identificados 65 milhões de hectares de terras, integralmente fora dos biomas Amazônia e do Pantanal, que atendem aos critérios de produtividade e de proteção ambiental fixados como premissa.

Desse total, o governo escolherá seis hectares, terra suficiente para cumprir a meta de aumentar em 11% ao ano a produção do etanol, estabelecida no Plano Nacional de Mudanças Climáticas.


Fonte: Campo Grande News

São Paulo concentra 66% da área cultivada de cana-de-açúcar no pais

A cana-de-açúcar está em expansão no Brasil. O Estado de São Paulo é o responsável por mais de 60% das plantações no país.

Os dados são do INPE de São José dos Campos, que usou imagens de satélite para mapear as áreas cultivadas. Em termos absolutos, São Paulo é o estado que mais registrou aumento de áreas expandidas. São 4 milhões e 450 mil hectares. O estado representa 66% de toda a área cultivada no país.

Entre os municípios paulistas, Barretos é o campeão de expansão na colheita 2008/2009. Foram quase 16 mil hectares a mais de cana em relação ao ano passado. Até o município de Morro Agudo, que já tinha 98% da área tomada por canaviais, cresceu mais 280 hectares. O projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais usa imagens de satélites para mapear seis estados brasileiros desde 2005. Todos eles apresentaram expansão.

Além de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em porcentagem, Goiás é o campeão de expansão no país. A taxa de crescimento foi de quase 40%.

O crescimento da área de produção de cana-de-açúcar tem como principal motivo o aumento da venda de carros flex. A preferência pelo álcool nas bombas de combustível fez expandir a demanda pelo produto. A expansão de áreas para a produção da cana segue a mesma proporção. O pico aconteceu entre 2006 e 2007.

Enquanto as áreas de plantio aumentam, caem os índices da queima da palha da cana.

A queima da cana-de-açúcar é um dos grandes vilões da poluição do ar.

Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, no ano passado a redução da área de queima evitou a emissão de 4 toneladas de material poluente, o equivalente a 28% da emissão de gases emitidos por veículos na região da grande São Paulo em 2006 As informações partem da Brasil Agro.

Fonte:

Da:

Queima da cana deve acabar até 2014

O secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, esteve esta semana em Araçatuba, onde participou da inauguração de uma estação de monitoramento da qualidade do ar, no câmpus da Unesp, e da Agência Ambientel Unificada, que deve agilizar as licenças ambientais.

Na sede regional da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), Graziano recebeu a Folha da Região, onde falou sobre o Protocolo e Zoneamento Agroambiental. Graziano também afirmou que a queima da palha da cana-de-açúcar deve acabar antes do período firmado pelos usineiros com o Governo do Estado. Confira a entrevista.

Folha da Região - Como está o andamento do Protocolo Agroambiental?

Xico Graziano - Houve uma adesão muito grande das usinas e destilarias da região, tanto na redução da queimada quanto na recuperação das matas ciliares. O setor canavieiro já identificou 140 mil hectares no Estado de São Paulo em recuperação de mata ciliar. Isso é mais da metade de tudo aquilo que nós cadastramos em nosso sistema. Então, o setor vem cumprindo à medida que se comprometeu, obedecendo aos requisitos ambientais. Nós queremos o álcool, uma vez que o combustível é bom para a Agenda Ambiental, mas a produção de cana tem que ser sustentável.

Em relação ao Zoneamento Agroambiental, ele atende todas as necessidades?

Xico Graziano - O Zoneamento foi elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambienta com o apoio da Secretaria de Agricultura do Estado. Ele é uma necessidade da sociedade paulista e nacional, por isso é preciso organizar melhor a produção e ter critérios diferenciados para o licenciamento. As regiões que a cana-de-açúcar podem se expandir mais facilmente. Em outras já há uma concentração muito elevada. O Zoneamento diferencia essas situações. Onde há problemas com recursos hídricos nós seremos muito mais rigorosos para dar licença ambiental. Na região Oeste, a expansão é mais fácil, então as licenças levarão isso em consideração. Nós temos agora torneirinhas que se regulam para a cana-de-açúcar em São Paulo.

O Zoneamento atende as necessidades das usinas da região, que estão em franca expansão?

Xico Graziano - A resposta é sim! São Paulo vai continuar na liderança brasileira da produção de açúcar e álcool, gerando muitos empregos.

Vamos exportar álcool garantindo que o etanol que sai daqui é verde. É um etanol que pode ser comprado pelo mundo, pois não traz consigo problemas ambientais.

Como está a questão da queima da palha da cana-de-açúcar?

Xico Graziano - A lei diz que a cana pode ser queimada até 2021. Mas pelo protocolo de compromissos assinado com o Governo, as queimadas acabam em 2014. No caso dos pequenos fornecedores de cana, foi solicitado um tempo maior, até 2017. Ainda estamos analisando o pedido. O que queremos é que as grandes áreas de queimadas desapareçam. Atualmente, as áreas de expansão de cana só recebem licença ambiental para a colheita crua. Não é permitido mais queimar cana na expansão dos canaviais. Isso já está acontecendo no Estado. Ou seja, o prazo para acabar com a queimada será reduzido, pelo bem do meio ambiente.


Diogo Rocha
Fonte: Folha da Região - Araçatuba/SP

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Nasce a Biopav, a mais moderna usina do país

Segunda unidade do Grupo Equipav, a usina tem capacidade de atingir 6 milhões/t de cana. Assim, a empresa consolida-se como a maior geradora de bioeletricidade do setor.

Tem início este mês as operações da Biopav, em Brejo Alegre (SP), a mais moderna usina do país, que faz parte do Grupo Equipav, referência no segmento por ser o maior gerador de energia a partir da biomassa. Construída em 14 meses - recorde no setor - a implantação da unidade contemplará três fases sendo que, ao final da 3ª fase, atingirá 6 milhões/t por safra. “A usina já nasce completa produzindo açúcar, álcool e co-gerando energia, enquanto o usual é que se tenha início apenas com a produção de álcool. Além disso, quase 100% do plantio e colheita da unidade será mecanizado”, explica o superintendente Newton Soares.

Até a implantação da terceira etapa, o Grupo Equipav deverá ter investido R$ 800 milhões no projeto. A indústria localiza-se em uma fazenda de135 alqueires e 47 mil m² de área construída. Para sua construção, trabalharam 85 empresas prestadoras de serviços e mais de 2 mil funcionários, diretos e indiretos. Sua área encontra-se toda pavimentada e com infra-estrutura para coleta de águas pluviais e residuárias, visando o reaproveitamento para economia em captação e consumo, pois está provida de sistema de limpeza a seco de cana.

O setor de moagem é um dos maiores instalados no Brasil. Na primeira fase conta com 5 ternos de 50” x 90”, com acionamento elétrico e redutores planetários, sendo acrescido de mais um terno na segunda fase. A caldeira também é um diferencial de mercado. A geração de vapor terá uma primeira caldeira com capacidade de 320 TVH, 490 °C e 65 Kgf/cm² operando em 2008, na seqüência será montada uma segunda unidade que irá produzir 380 TVH, 530 °C e 100 Kgf/cm². Outras novidades são os transportadores tipo aero-conveyors, que além de economizar energia terão baixos custos de manutenção.

“Além dos equipamentos de última geração e da automação da usina, sua localização é outro ponto favorável, pois está próxima às vias de acesso, tanto rodoviárias, ferroviárias quanto fluviais”, ressalta Soares. A fertilidade do solo também é ponto de destaque e possibilita produtividade acima da média do Estado.

Grupo lidera a co-geração de energia no Brasil - Com a inauguração da nova usina o Grupo Equipav consolida-se como a maior co-geradora de energia de biomassa no país. No total, com a capacidade instalada em sua unidade de Promissão (SP), mais a de Biopav, a empresa poderá moer 13 milhões de toneladas de cana em até 2 anos, a partir da implantação da 3ª fase. Juntas, em 2009, as duas plantas exportarão 750.000 mil MWh/ano para venda, suficiente para abastecer uma cidade com 1 milhão e meio de pessoas. E, ao término da Biopav, juntas, as usinas chegarão a marca de mais de 1 milhão MWh/ano.

A Biopav só veio fortalecer a liderança do Grupo, que no primeiro semestre desse ano já era a maior do setor”, comemora Newton Soares. O destaque se deve ao aumento da produção, introdução de novas tecnologias, e investimento em duas novas caldeiras e turbos geradores.

Além disso, a empresa otimizou a queima da palha da cana de açúcar, processo que começou na safra de 2007. Como a maior parte da colheita é mecanizada, foram desenvolvidas novas tecnologias que separam a palha durante a colheita e elas são transportadas diretamente para a usina para produzir energia. A Equipav, e agora a Biopav, são as únicas a utilizarem esta tecnologia em larga escala. Hoje, metade da palha da cana já é aproveitada para a geração de energia.

Biopav em números.: Para esta safra, que coincide com o início das operações da Usina, a capacidade da Biopav é de:Moagem de 1,0 milhão/t de cana | . Produção de 600.000 sacos de açúcar | . Produção de 50.000 m3 de litros de álcool.

Grupo Equipav - Em seus 48 anos de existência, o grupo, que começou no ramo da pavimentação, expandiu sua atuação para quatro grandes segmentos: Construção Civil (engenharia, construção, argamassa e mineração), Agroindústria (Açúcar, Álcool e Energia Elétrica), Concessões (de Rodovias, Terminal Rodoviário, Saneamento e Termogeração) e Ambiental (Coleta de resíduos sólidos, recuperação de áreas contaminadas e conservação de praças e áreas verdes).

Sediado em Campinas, o Grupo Equipav atua em diversos estados. Empresas como a Equipav Construtora, PavMix, Rodovia das Colinas, Águas Guariroba e Equipav Açúcar e Álcool integram a lista. Com mais de 8 mil funcionários, especializados nos vários mercados em que atua, a empresa projeta em 2008 um faturamento de R$ 1,2 bilhões.

Fonte:

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Da cana para soja

30/10/08 - Parte dos fornecedores de cana do Centro-Sul do país estuda abandonar a cultura para plantar soja, que está com os preços mais atraentes, segundo Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo). "Os custos de produção da cana estão em R$ 52 por tonelada, enquanto os preços pagos aos produtores estão em R$ 35."

Fonte:
Da Agência

Cana será vetada no bioma Amazônia

30/10/08 - O ministro da Agricultura, Rei-nhold Stephanes, descartou a possibilidade de expansão das lavouras de cana na Amazônia. A advertência foi feita ontem,durante reunião realizada na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),em Brasília. Admitiu, porém, que serão mantidas as plantas já aprovadas. Segundo ele, o que está descartado são novos projetos de expansão do cultivo de cana no bioma Amazônia."A grande compensação será dada no biodiesel,com o óleo de palma", afirmou Stephanes.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Rui Carlos Ottoni Prado,explorar óleo de palma não compensa a impossibilidade de plantar cana. Prado diz que os produtores mato-grossenses querem substituir áreas já destinadas ao cultivo agrícola ou ao manejo pecuário pelo plantio de cana, sem avançar sobre novas terras. Mato Grosso enfrenta uma série de restrições ambientais. O Estado tem terras nos biomas Cerrado, Amazônia e Pantanal, sendo que nesses dois últimos há uma série de restrições para a agropecuária.

As dificuldades de cumprimento das exigências ambientais também foram alvo de críticas de Stephanes. Foi uma referência à proposta demudanças do Decreto nº 9605/98, encaminhadas pelo Ministério do Meio Ambiente. As mudanças tornariam mais rígidas as aplicações de penas relativas a crimes ambientais.

O ministro argumentou que é necessário ter cuidado para produzir e, simultaneamente,proteger o meio ambiente, mas sugeriu parcimônia nas restrições. Lembrou que áreas como "topos de morros e costa de serras" são cultivadas há mais de 100 anos no Sul do País. Não se pode tirar essas pessoas de lá.

Crédito e incentivo

Stephanes participou da instalação da Câmara Setorial da Soja, grupo que reunirá representantes dos produtore se do governo que objetiva garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva.

Sobre a escassez de crédito às vésperas do plantio dasafra 2008/2009, Stephanes não escondeu sua decepção com as tradings. As tradings nos abandonaram, disse, cobrando "mais responsabilidade". Para o ministro, a produção brasileira e as tradings já operavam juntas e deverão continuar assim pelos próximos anos. Por isso insistiu que elas deveriam manter os patamares usuais de concessão de apoio no financiamento do plantio.

Fonte:

Da Agência

terça-feira, 28 de outubro de 2008

BNDES agiliza socorro a usinas de Etanol

Diante da falta de liquidez no mercado financeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciou, esta semana, um "esforço concentrado" para liberar recursos de projetos financeiros já aprovados na instituição para empresas do setor sucroalcooleiro. "Agilizamos as contratações e, apesar de não ser uma solução macro, dá uma liquidez diante da crise, principalmente para capital de giro ou abate dos investimentos já feitos pelo usineiro", disse o gerente do Departamento de Biocombustíveis do BNDES, Paulo Faveret. A primeira liberação feita pelo banco é de até 30% do valor aprovado.

O executivo salientou que a ação é apenas paliativa e que o BNDES não pretende gerar falsa expectativa diante de um socorro amplo ao setor sucroalcooleiro. "Em relação a isso, aguardamos a proposta que será elaborada pelo setor produtivo e chegará ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho", disse Faveret, ao comentar o pedido que será feito na próxima semana pela cadeia sucroalcooleira para que o governo interceda junto às instituições financeiras para a liberação de crédito para o fluxo de caixa.

De janeiro a setembro de 2008 o BNDES liberou R$ 4 bilhões em financiamentos ao setor sucroalcooleiro, responsável por 5,6% das operações de créditos do banco. O volume dos nove primeiros meses de 2007 supera em 8,1% os R$ 3,7 bilhões de todo o ano passado e é quase sete vezes os R$ 600 milhões liberados em 2004. Faveret prevê que, apesar da facilitação nos processos de liberação de recursos ao setor sucroalcooleiro, o volume de crédito a ser aprovado até o fim de ano deve desacelerar. O executivo afirmou que a "crise atingiu o setor sucroalcooleiro em um momento em que ele está cansado e sofrendo", numa referência aos problemas de crédito anteriores à turbulência global. "Muitas empresas se jogaram no mar e, mesmo sendo boas nadadoras, não estavam no auge da sua forma física", afirmou Faveret. "Muita gente fica no meio do caminho", afirmou, ao falar sobre o processo de avaliação do BNDES para a concessão de crédito.

Fonte: - Gustavo Porto

Cadeia produtiva de açúcar e álcool vai apelar ao governo

Assim como anunciado pelos produtores de grãos na semana passada, o setor sucroalcooleiro e a indústria de base fornecedora do segmento estão traçando o mapa de suas necessidades para buscar a ajuda do governo federal diante do cenário da crise financeira mundial.

O documento deve ser apresentado ao governo esta semana, provavelmente na quarta-feira. A junção de agendas dos elos da cadeia tem como objetivo organizar e fortalecer a ofensiva para a busca de soluções, entre elas, para a retomada do fluxo de crédito. Antes do estouro da crise financeira, muitas usinas já estavam endividadas por conta dos dois últimos anos ruins e de preços baixos do açúcar e etanol.

Na última sexta-feira, durante reunião de representantes do setor em Sertãozinho (SP), organizado pela Brasilagro, o gerente de biocombustíveis do BNDES, Paulo Favere, afirmou que há um esforço concentrado do banco para atender às necessidades dos projetos do setor que já foram aprovados e dependem da contratação de recursos.

"Essa é a ação que o BNDES vem fazendo no curtíssimo prazo. No médio prazo, dependerá das reivindicações que forem apresentadas pelo segmento ao banco e de negociações que forem feitas junto ao governo federal", avaliou. Favere lembrou que na semana anterior foram liberados recursos para dois projetos de grande porte e também disse que ainda não há nenhum sinal de inadimplência por parte dos tomadores de crédito.

"Em meio a uma crise como esta todo mundo está sujeito, mas não há nenhum sinal de inadimplência até agora", afirmou. Até setembro deste ano, o banco liberou R$ 4 bilhões para o setor, mais do que em 2007, quando a verba liberada foi de R$ 3,7 bilhões. Em 2004, o montante de recursos destinados ao setor chegou a R$ 600 milhões.

Atualmente, o departamento de biocombustíveis do BNDES tem sob sua alçada 78 projetos de grande porte, tanto para expansão de unidades como para construção de novas plantas. Desse total, 27 usinas entraram em operação em 2007, outras 27 deveriam iniciar os trabalhos neste ano e, para 2009 e 2010, há previsão de as 24 unidades restantes começarem a operar. "Esses projetos tem parte dos recursos garantidos e, outra parte, muito provavelmente certos." A participação do setor nos desembolsos totais feitos pelo banco subiu consideravelmente nos últimos anos. Até metade deste ano, o segmento abocanhou 5,6% da verba total concedida a projetos, enquanto que em 2004 a fatia foi de 1,2%.

Incertezas

Há ainda um clima de bastante incerteza para os representantes de elos do segmento, em relação ao real tamanho das dimensões da crise para o setor. O diretor da Unica, Sérgio Prado, presente ao evento, ilustrou que o momento é de cautela e acrescentou que um processo de concentração do setor, já esperado, por meio de fusões e aquisições, pode ocorrer mais rapidamente diante deste cenário.

De acordo com expectativas do mercado, os atuais 200 grupos que formam o setor sucroalcooleiro brasileiro podem cair para 100 em cerca de 15 ou 20 anos. Os investidores estrangeiros têm o controle de 7% das empresas do setor atualmente. O diretor da Unica informou aos participantes do evento sobre o documento que será entregue ao governo pelos representantes do segmento nesta semana.

O empresário Maurílio Biagi, presidente do Grupo Maubisa, acredita que talvez o setor sucroalcooleiro seja mais atingido do que os outros pela crise financeira por conta do volume de investimentos que recebeu nos últimos anos devido ao boom do etanol e da demanda por energia renovável. No entanto, lembra, hoje o setor enfrenta um quadro de fundamentos melhor do que no ano passado. "Há um ano atrás o quadro era muito pior do que o de hoje. O câmbio está mais favorável para quem exporta e os preços do etanol no mercado interno estão muito firmes", avaliou Biagi. Além disso, com estoques apertados para a entressafra, espera-se reação de preços do combustível.

O açúcar também tem quadro favorável, sobretudo no mercado externo, com queda de produção da Índia.

"Os fundamentos para o setor estão normais, embora a questão do crédito seja séria. No entanto, se soubesse os efeitos dessa crise me candidataria a um prêmio Nobel. Nossa esperança é que o pacote norte-americano seja suficiente para reduzir os efeitos dessa crise", disse.

Fonte:

Adoção da denominação etanol ganha força

A adoção da denominação etanol em lugar do tradicional álcool ganha força. O presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, defendeu a mudança e afirmou que esta é uma mudança necessária, visto que é um nome reconhecido mundialmente.

"A palavra álcool é uma denominação generalizada, há vários tipos de álcool. Mas o etanol é um produto específico, inclusive de maior valor comercial", destacou Haroldo Lima. A afirmação foi feita durante uma reunião com o presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura (CI) do Congresso Nacional, senador Marconi Perillo, em Brasília (DF).

De acordo com a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), a ANP já está solicitando à entidade a mudança da denominação do produto para etanol em todos os postos de combustíveis. Para o diretor de comunicação corporativa da Unica, Adhemar Altieri, a alteração é um passo na direção da modernidade, que também busca eliminar eventuais confusões.

"Álcool é aquele que se bebe, etanol é o combustível. Estamos na era do bafômetro e de um grau muito maior de responsabilidade com relação ao consumo do álcool como bebida, e não pode haver qualquer confusão para o consumidor", declarou Altieri.

Altieri destaca que na década de 70, quando surgiu o Proálcool, os carros saiam de fábrica com adesivos "movido a álcool" no vidro traseiro, e logo surgiram brincadeiras do tipo "movido a mé" ou "movido a álcool – só o motorista".

"Hoje, algo assim seria uma piada de muito mau gosto, portanto é essencial retirar o etanol desse contexto completamente, adotando o termo correto e reconhecido mundialmente", concluiu.

Fonte:

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Produtores de SP terão certificação para produzir etanol

A ONU irá propor a criação de uma série de critérios técnicos para a produção dos biocombustíveis. O objetivo é tentar diminuir a polêmica em relação à questão do etanol e seu impacto nos preços dos alimentos. O Brasil está no centro da polêmica e é acusado por países da Europa de prejudicar a produção de grãos por causa do biocombustível.

Antecipando-se à própria ONU, um grupo de pequenos produtores, alguns deles da agricultura familiar, uniu-se a uma usina de cana-de-açúcar no interior de São Paulo para produzir álcool e etanol certificados. A experiência inovadora e piloto acontece na região de Bariri, a 321 quilômetros de São Paulo.

Cerca de 50 produtores de cana-de-açúcar e a Usina Della Coletta assinaram um protocolo socioambiental e contrataram a Organização Internacional Agropecuária (OIA) para desenvolver uma certificação própria para o produto. As normas entraram em vigor no dia 30 de agosto. Eles devem produzir cerca de 260 mil toneladas de cana certificada por ano.

"Queremos ter um produto com total rastreabilidade, a partir de cana para sementeira até o produto final. Nós acreditamos que há um mercado para este tipo de produto, principalmente na Europa", disse Fernando Cesar Gregorio, presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari), em entrevista recente à Agência de Notícias Reuters e publicada no 'The Guardian', um dos mais importantes jornais da Inglaterra.

O Sebrae em São Paulo é parceiro dessa iniciativa. Em um primeiro momento vai capacitar 50 produtores e também integrantes da Associação para que no futuro possam repassar a metodologia a outros produtores de forma autônoma, sem depender do Sebrae. Essa parceria da Instituição com os produtores de cana e usineiros é inédita no setor de agroenergia.

Para o coordenador da carteira de agroenergia da Instituição em São Paulo, José Carlos Gomes dos Reis Filho, o objetivo é fazer com que os produtores possam chegar aos termos determinados pelo protocolo. Entre os critérios que serão levados em conta estão o social, o sistema de produção, a responsabilidade social e ambiental, entre outros.

Isso significa dizer que os produtores devem recusar o uso de trabalho escravo ou infantil, limitar o uso de agroquímicos e recolher a cana com ceifeiras mecânicas e não manualmente. O corte manual envolve queima da folhagem.

Essas regras são uma preocupação da ONU. Segundo o relator das Nações Unidas para a Alimentação, Olivier de Schutter, os critérios propostos aos países pela Organização devem incluir não apenas questões de preços de alimentos, mas aspectos relacionados ao meio ambiente e às condições de trabalho. Para ele, a exploração é freqüente nas grandes plantações da indústria de biocombustíveis.

A parceria na certificação começou no início do ano. Um diagnóstico elaborado pelo Sebrae para checar a distância que os produtores estavam dos critérios revelou uma surpresa: a maioria está muito perto das exigências. "Não teremos dificuldade com os produtores", acredita Reis. Segundo ele, um sistema de gestão de qualidade das normas será implantado. "Queremos que a associação faça a fiscalização sobre a aplicação das normas. Além disso, qualquer outra norma técnica poderá ser rapidamente implantada pela própria associação".

Reis explica também que uma das preocupações é em relação ao sistema de cadeia de custódia, onde a usina será obrigada a vender com o selo apenas álcool e etanol de cana certificada. "Eles podem comprar e vender o álcool que quiserem, mas o certificado deverá ter procedência da cana certificada”.

Uma das vantagens do projeto, segundo o coordenador de agroenergia, é o comprometimento da usina em repassar aos produtores uma porcentagem do valor agregado na venda. "Como ninguém sabe ainda o quanto a certificação vai agregar no preço, a margem ainda será negociada".

A Assobari conta com 300 associados e o processo deverá ser estendido a todos os produtores. Atualmente o Estado de São Paulo possui 13 mil pequenos fornecedores de cana, que respondem por 25% da cana moída no Estado.

Proliferação

O governo de São Paulo está preocupado com o forte avanço da cana-de-açúcar no Estado e decidiu endurecer as regras para instalação de novas usinas ou ampliação das já existentes. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, o espaço ocupado por lavouras de cana no território paulista corresponde a quase 70% da área plantada, excluindo as pastagens.

Considerando o total de 1,2 milhões de hectares previstos nos 31 empreendimentos aprovados ou em fase de aprovação no governo, a área com cana deve passar dos atuais 4,9 milhões de hectares para 6 milhões de hectares em 2010. O Estado tem 19 milhões de hectares de terras agricultáveis, dos quais 9 milhões são ocupados por pastagens. Também responde por mais de 60% de toda a cana produzida no País e algumas regiões já se encontram saturadas por canaviais.

0 levantamento do governo paulista, que os técnicos chamam de zoneamento agroambiental da cana-de-açúcar, vai resultar em um mapa de São Paulo dividido por bacias hidrográficas pintadas nas cores verde, amarela e vermelho. O verde significará que a região não apresenta restrições e o processo de licenciamento de novas usinas ou ampliações seguirá as regras atuais. No sinal amarelo, as exigências serão bem mais rigorosas. Já no vermelho, não serão concedidas licenças.

Para elaborar o novo zoneamento, além do tradicional levantamento de aptidão de solo e clima e do nível de concentração dos canaviais, os técnicos levaram em conta aspectos ambientais. Haverá restrições, por exemplo, em áreas cujos recursos hídricos já estão comprometidos por causa do uso de irrigação por meio de processos mecânicos.

O recebimento de pedidos de licenças para novas usinas e para expansões das já existentes, que está suspenso desde meados do mês de maio, será retomado no dia 18 de setembro, quanto as novas regras já estarão em vigor.

A intenção do governo paulista de estabelecer restrições foi recebida com preocupação pela Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp). O presidente Edivaldo Del Grande disse "ser contrário ao cerceamento do cultivo da cana no estado". Para ele, o que se deveria buscar é o "zoneamento técnico", com indicação das regiões mais apropriadas a determinadas culturas.

Del Grande afirma que "o governo paulista deve ter bom senso. Se o objetivo é diversificar as culturas e valorizar o cultivo de alimentos, é preciso criar mecanismos para garantir a renda do produtor rural. O produtor, sempre penalizado com as crises cíclicas no campo, opta pelas atividades que proporcionam maior renda. Apenas restringir a expansão da cana-de-açúcar apresenta-se como algo arbitrário e preocupante".

Fonte: Agência SEBRAE

Do:

Demanda de etanol crescerá 150% em 10 anos no País

A demanda de etanol no País crescerá 150% nos próximos dez anos, evoluindo de 25,5 bilhões de l em 2008 para 63,9 bilhões de l em 2017, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

De acordo com o estudo, o aumento do consumo será sustentado, fundamentalmente, pela utilização no setor automotivo, onde o etanol representará, em 2017, cerca de 80% do volume total de combustíveis líquidos consumidos nos veículos leves que não usam diesel.

Fonte: Invertia

Do:

Quissamã/RJ quer ser líder em etanol do bagaço de cana

A cidade de Quissmã, na Região do Norte Fluminense, pretende se tornar líder na produção de etanol de segunda geração - obtido a partir do bagaço da cana-de-açúcar - graças à implantação do Centro de Tecnologia de Engenhos (CTE), que deverá ser construído naquela cidade. Os estudos de viabilidade do projeto formam tema de uma reunião entre membros da administrção municipal, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) e da Petrobras.

"O município - que teve o primeiro Engenho Central da América Latina, consolidado no século XIX - está se candidatando a ser pioneiro na produção do etanol a partir do bagaço de cana", ressaltou o prefeito Armando Carneiro.

De acordo com o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico e Geração de Renda, Haroldo Cunha Carneiro, a Petrobras se antecipou e já encomendou à Uenf duas pesquisas: a primeira para saber qual variedade de cana produz mais etanol do caldo e do bagaço; e a outra para estudar a forma mais viável de manipulação do bagaço para ser utilizado na produção do biocombustível.

Fonte:

China não deve atingir meta de produção de etanol

A China não conseguirá atingir a meta para o uso do etanol para 2010 por falta de matéria-prima, afirmaram autoridades da indústria nesta segunda-feira (20), segundo informou a Agência Reuters. De acordo com as autoridades, o país não conseguirá expandir a produção do biocombustível, porque Pequim não está pronta para controlar o uso dos insumos, exceto os grãos.

"Nós não seremos capazes de atingir a meta de etanol. A principal razão é a falta de matéria-bruta", afirmou Ren Dongming, um vice-diretor do Instituto de Pesquisa em Energia da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR).

Apesar de ser a oportunidade da China diminuir a dependência da importação de petróleo do Oriente Médio, o etanol também compete por terras, fertilizante e água com as plantações voltadas para alimentação.

A China aprovou a mistura de 10% de etanol na gasolina em seis províncias e regiões, com a meta de misturar 2 milhões de toneladas do biocombustível na gasolina até 2010 e 10 milhões de toneladas até 2020.

Entretanto, a capacidade atual de produção de etanol do país está em cerca de 1,5 milhão de toneladas por ano, sendo 1,32 milhão de toneladas produzidos a partir de grãos. O único insumo viável para os novos projeto de etanol na China é a mandioca, mas os altos preços do produto são, em parte, responsáveis pelo país não ter alcançado a meta de produção, declarou Ren Dongming.

Fonte:

Petrobras encomenda à UENF estudo sobre etanol

A Petrobras encomedou à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) duas pesquisas sobre o etanol de segunda geração. A primeira tem como objetivo avaliar qual variedade de cana-de-açúcar produz mais etanol do caldo e do bagaço. O outro estudo busca a forma mais viável de manipulação do bagaço para ser utilizado na produção do biocombustível.

As pesquisas serão realizadas no Centro de Tecnologia de Engenhos de Quissamã (CTE), que vai iniciar as suas atividades em março do ano que vem. O CTE terá como foco estudos sobre a produção de etanol de segunda geração a partir do bagaço da cana.

O centro de pesquisas contará com o apoio acadêmico da Uenf, que já desenvolve análises sobre o combustível. Além da universidade, a prefeitura de Quissamã e o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) vão colaborar com as pesquisas do CTE.

“Esta cooperação tende a gerar muitos frutos”, ressaltou o reitor da Uenf, Almy Júnior Cordeiro de Carvalho.

O CTE faz parte do Pólo de Agro-Indústria Integrada da Cana de Quissamã, que tem como objetivo incentivar a criação de associações de produtores para a criação de uma marca única para a comercialização, em conjunto, dos derivados da cana.


Fonte:

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Grupo anuncia R$ 3 bilhões para usina produzir etanol em Mato Grosso

16/10/08 - Anunciada a implantação de uma indústria de beneficiamento de cana-de-açúcar, na produção de etanol, bioenergia e suplemento para gado, em Barra do Garças. O empresário João Carlos Meirelles e investidores do Grupo Cluster de Bioenergia apresentaram o projeto, na última segunda-feira, ao governador Blairo Maggi, que prevê a implantação de três destilarias em uma cadência escalonada e seqüencial de implantação das destilarias com defasagem de 2 anos de implantação de cada uma, com início de operação em 2012, 2014 e 2016.

Segundo João Carlos Meirelles, responsável pelo projeto, o investimento chegará a R$ 3 bilhões e deve atender além da cidade de Barra do Garças, outros municípios da região Leste de Mato Grosso, como Nova Xavantina e Água Boa.

“O projeto prevê três unidades de beneficiamento da cana-de-açúcar, divididas na região do Vale do Araguaia, com previsão de área total plantada em torno dos 180 mil hectares de pasto. Com isso a expectativa dos investidores é de que 2.400 diretos em cada unidade, somando um total de 7.200 empregos diretos e 20 mil indiretos sejam criados na região assim que todas as usinas estejam funcionando com capacidade total”, avalia. De acordo com Meirelles os investimentos serão distribuídos em um maior prazo de implantação, a operação da primeira usina vai possibilitar a formação de mão-de-obra operacional e gerencial para a implantação das outras duas usinas ou duas etapas seguintes poderão ser aprimoradas com a experiência das operações anteriores.

A alternativa de implantação em Mato Grosso vai incorporar avanços tecnológicos na área industrial, que estão em pleno desenvolvimento atualmente, usinas modernas com a incorporação destes avanços, tendem a ser mais eficientes, não poluidoras e competitivas, além de serem ambientalmente mais adequadas.

A capacidade de produção total, segundo João Carlos Meireles, o Cluster de bioenergia será um complexo agroenergético industrial projetado para a produção de 1.100 bilhão de litros e etanol/ano e geração de 1.200 GWh/ano de energia elétrica, visando à máxima competitividade e à máxima agregação de valor aos produtos agroindustriais.

Todos os valores dos investimentos agrícolas e industriais, incluindo os custos tributários existentes no Estado de Mato Grosso e as eventuais isenções/benefícios que poderão ser obtidos pelo grupo serão avaliados em uma minuta de protocolo de intenções a ser avaliado e aprovado pelo governador. “A definição da localização será até dezembro de 2008, aquisição das áreas das destilarias, execução do EIA/RIMA e estudos ambientais do Estado, em 2009, a implantação do primeiro canteiro e mudas em 2009; e a elaboração do Projeto Básico Industrial ao final de 2009”, completou Neldo.

Cada uma das destilarias (unidades industriais) ocupará uma área de 50 hectares e produzirá anualmente aproximadamente 360 milhões de litros de etanol, a partir da moagem de 4.0 milhões de toneladas de cana. No total as três destilarias produzirão anualmente cerca de 1,1 bilhão de litros de álcool.

Cada destilaria contará com uma unidade de geração elétrica anexa, com capacidade de produzir 530 GWh, sendo 130GWh para consumo interno e aproximadamente 400 GWh para venda no mercado atacadista de energia. As 3 destilarias produzirão anualmente cerca de 1.200 GWh para venda, energia que será despachada por meio de rede coletiva a ser disponibilizada pelo Estado.

A partir de uma produtividade média de 85 toneladas de cana/hectare, possível graças a disponibilidade de água da região e a adoção de tecnologias conhecidas e disponíveis, calcula-se necessária uma área aproximada de 274 mil hectares, compreendendo a área para o cultivo da cana, para a renovação periódica do canavial com cultivo de leguminosas, espaço para carreadores, (vias internas ao canavial) e reserva legal para a área do cerrado de 35 % da área total conforme instrução Normativa FEMA, número 2, de 21 de novembro de 2001.


Denise Niederauer
Fonte: Diário da Serra
Fonte:

Centro procura pesquisadores para bioetanol

16/10/08 - O Centro de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), em fase de implantação em Campinas (SP), está a procura de pesquisadores para compor sua equipe. As áreas de investigação incluem a hidrólise enzimática para produção de etanol a partir de bagaço e palha de cana-de-açúcar e sustentabilidade social, ambiental e econômica da produção em larga escala de bioetanol da cana-de-açúcar, entre outras.

O candidato deve ter pós-doutorado em química, bioquímica, microbiologia, física, engenharia química ou de materiais, ou em outras áreas correlatas. Inicialmente, todas as vagas são para um período de cinco anos, com possibilidade de renovação. As contratações acontecem a partir de outubro e até que todos os postos sejam preenchidos.

Os interessados devem enviar uma carta descrevendo seus interesses de pesquisa, uma lista de três referências, e seus currículos para o e-mail researchpositions@bioetanol.org.br. Estas informações devem ser enviadas em um único arquivo pdf ou doc.

CTBE

A ser instalado no campus do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) e financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, o CTBE tem como objetivo estratégico contribuir para assegurar a liderança brasileira na produção sustentável de bioetanol da cana-de-açúcar através do estado-da-arte de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Para alcançar esse objetivo, atuará em cooperação com universidades, centros de pesquisa e empresas privadas.

Fonte:

Setor sucroalcooleiro estimula investimentos em Goiás

16/10/08 - Até 2011, Goiás poderá receber investimentos de aproximadamente R$ 26,19 bilhões em projetos dos setores industrial e de serviços. Açúcar e álcool, mineração, alimentos e bebidas representam 29,17% dos projetos anunciados para o Estado.

Para os próximos quatro anos serão investidos R$ 12,76 bilhões (48,74% do total) em 86 projetos direcionados para a produção de açúcar e álcool, tanto para novos projetos de instalação de usinas quanto para a ampliação ou modernização de unidades já existentes no Estado.

Os números fazem parte de uma pesquisa realizada por técnicos da Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação (Sepin) da Secretaria do Planejamento e Desenvolvimento (Seplan).

A expansão do setor sucroalcooleiro em Goiás se justifica pelos incentivos fiscais do governo, além da produtividade na cana-de-açúcar, que chega a 80 toneladas de cana por hectare. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2007 a produção de cana no Estado aumento 35,5%. Já a área plantada cresceu 43,6%.

Fonte: Google News

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Etanol brasileiro pode chegar aos EUA via Colômbia

O governo brasileiro e o setor privado vêem chances de o Brasil começar a fornecer para a Colômbia equipamentos para a produção de etanol. E, a exemplo do que já acontece com outros países, como a Jamaica, o governo brasileiro quer que o país colombiano se torne uma base exportadora para o etanol brasileiro chegar aos Estados Unidos sem a tarifa de importação.

A Colômbia tem tratado de livre comércio (TLC) com os americanos. É de olho nisso que a Apex Brasil busca fechar acordos com o governo colombiano e com a embaixada dos Estados Unidos para facilitar o trabalho das empresas brasileiras e aumentar a participação das exportações de produtos com maior valor agregado na balança comercial brasileira, principalmente de médias e pequenas empresas.

Na Jamaica estão sendo montadas unidades industriais para desidratar o álcool hidratado adquirido do Brasil e depois exportado para os Estados Unidos. A Colômbia quer se tornar uma fonte de exportação para os Estados Unidos, mas através de produção própria, segundo revelou o presidente da Petrobrás na Colômbia, Abílio Paulo Pinheiro Ramos.

Empresas brasileiras do ramo estão interessadas em fazer negócios na Colômbia. Um deles é a venda de destilarias para produção de etanol. Outra possibilidade é a exportação do combustível já fabricado.

Paralelamente as empresas colombianas demonstram interesse de fechar negócios com as empresas brasileiras, conforme observou o gerente de Projeto do Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool da Região de Piracicaba), Flávio Castelar, durante o evento "Brasil Tecnológico", promovido pela Apex Brasil na semana passada, na capital colombiana. Porém, empresários locais revelaram que os colombianos têm interesse de exportar álcool hidratado do Brasil para desidratar na Colômbia, o que não é permitido pela legislação local.

Castelar vê chances de as brasileiras venderem apenas destilarias para os colombianos. No país existem 14 engenhos para a produção de açúcar, enquanto que para a produção de álcool existem apenas cinco destilarias. O gerente avalia que o parque industrial colombiano é insuficiente para atender a demanda por álcool no país que há pouco tempo adotou o programa de adicionar 10% de álcool desidratado na gasolina para incentivar a produção de etanol local, percentual que deve ser elevado para 20% em 2012.

Conforme dados do setor colombiano, a produção atual de etanol no país é de 290 milhões de litros por ano. E o governo colombiano prevê aumentar essa produção para algo entre 11 bilhões e 15 bilhões de litros nos próximos anos, sendo que boa parte do volume será para exportação.

Apesar de o setor ter potencial de crescer na Colômbia, o presidente da Petrobras da Colômbia, Abílio Ramos, admite a possibilidade de as empresas brasileiras venderem apenas equipamentos para as empresas locais produzirem o combustível, pois a "Colômbia tem planos de se tornar uma exportadora de etanol, através de produção própria".

"Nesse caso poderia haver um intercâmbio de empresas brasileiras que detêm a tecnologia de produção de etanol com as empresas colombianas", disse Ramos. "Vejo potencial para as empresas brasileiras realizarem negócios aqui (Colômbia), porque as empresas colombianas necessitam de capital e de equipamentos", acrescentou o presidente da Petrobras em solo colombiano.


Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil

Brasil testa certificação do etanol em outubro

O Brasil vai fazer o primeiro teste de certificação do álcool produzido a partir de cana-de-açúcar na segunda quinzena de outubro. O programa está a cargo do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), instituição subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. De acordo com o diretor de Qualidade do Inmetro, Alfredo Lobo, participarão do projeto piloto usinas de São Paulo, do Centro-Oeste, do Nordeste e do Paraná. "Os nomes dos produtores deverão estar fechados nos próximos dias", disse. O programa deverá ser avaliado até novembro e, em seguida, apresentado ao ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge.

De acordo com o diretor de Qualidade do Inmetro, a certificação tem por objetivo atestar que o etanol brasileiro atende aos requisitos de sustentabilidade, reduzindo, com isso, os argumentos usados internacionalmente contra os biocombustíveis.

Segundo Lobo, o programa de certificação está focado em três pontos. "Nós avaliamos se o etanol de cana atende a requisitos físico-químicos de qualidade, se atende às questões socioambientais, como, por exemplo, o respeito à legislação trabalhista, e se é fator de redução das emissões de gases de efeito estufa. Enfim, se é produzido com o menor impacto possível." A certificação engloba toda a cadeia de custódia. A verificação vai da usina até o ponto de destino do biocombustível. De acordo com Lobo, as certificadoras já foram, inclusive, cadastradas.

Ofensiva - Na elaboração do programa, Inmetro levou em conta a necessidade de desenvolvimento de padrões metrológicos, com obtenção de material de referência, levando em conta os padrões já existentes em outros países, como os Estados Unidos, e o estabelecimento de norma técnica. "Mas, o programa foi desenvolido totalmente no Brasil", afirmou.

"Com a certificação, o Brasil deixa de estar a reboque da discussão sobre etanol. Como principal ator nesse segmento, o País não pode abdicar de seu papel de pautar as discussões sobre a sustentabilidade dos biocombustíveis", disse Lobo. Mas, apesar de o trabalho já estar pronto, não está assegurada a implementação da certificação. Há uma corrente que acredita ser melhor adiar o processo, pois ele poderia excluir, no momento, alguns produtores nacionais.

A maior dificuldade dos especialistas do Inmetro, explica Lobo, foi estabelecer um nível de equilíbrio entre as exigências técnicas e as de caráter social e ambiental do programa para que ele fosse o menos excludente e respeitado internacionalmente. Os princípios socioambientais são: respeito à legislação, ao solo, a água e ao ar, à biodiversidade e racionalidade na exploração dos recursos ambientais. O dirigente do Inmetro acredita que, quando adotado, o programa, cuja adesão é voluntária, deverá atrair primeiramente o setor exportador.

Parcerias - Na construção do programa brasileiro de certificação, o Inmetro interagiu com instituições de vários países. Lobo conta que essa relação foi altamente benéfica ao País. "Ao constatar o grau de desenvolvimento de nosso conhecimento, as trocas se tornavam mais ricas e, invariavelmente, vários aspectos colocados por nós passavam a ser levados em conta e incorporados pelas instituições, especialmente as alemãs, o que é muito bom para o País no plano externo", explica.

O dirigente do Inmetro acredita que a relação construída com as instituições internacionais ao longo da elaboração do programa brasileiro assegura a incorporação de vários aspectos defendidos por técnicos brasileiros à base que deverá servir para a criação na Europa de um fórum internacional para certificação de programas nacionais.

Fonte: 24HorasNews

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

No Brasil, etanol é 'jóia da coroa', ao lado do pré-sal

O Brasil vai viver um "boom" de etanol nos próximos dez anos, quando a demanda pelo produto vai crescer 150%, passando de 25,5 bilhões de litros, em 2008, para 63,9 bilhões de litros, em 2017.

Para atender a demanda, serão necessárias 246 novas usinas, sendo que 46% já estão em construção, e um investimento de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões. O cenário foi traçado nesta quarta-feira (24) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que classificou o etanol como uma "jóia da coroa", ao lado do pré-sal.

"O Brasil está caminhando para ser uma potência do ponto de vista energético porque tem o pré-sal que vai tornar o Brasil um grande exportador de petróleo e o etanol que faz dele um exportador e um produtor de combustíveis limpos. Então, sem dúvida alguma, o etanol é uma ‘jóia da coroa’, ao lado do pré-sal", ressaltou.

Aumento da frota

De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia, mais 14 milhões de veículos serão adicionados à frota brasileira em dez anos. E, se hoje 30% da frota de 23,2 milhões de veículos são de carros flex, a projeção é que esse índice chegue a 73% de 37 milhões de veículos em 2017.

"O flex fuel dá poder ao consumidor. Hoje, ele vai na bomba e escolhe se vai botar etanol ou gasolina. Hoje, 75% desse conjunto de carros flex fuel abastecem com etanol. Só 25% escolhem gasolina", explica Tolmasquim.

A perspectiva é que, em 2017, 80% de todos veículos de passeio serão abastecidos por etanol. Para que abastecer com álcool seja vantajoso para o consumidor, é necessário que o preço do litro custe até 70% do preço da gasolina. A média nacional hoje, segundo a EPE, é de 59%.

Crescimento 'forte'

"A perspectiva de crescimento da demanda é muito forte. O etanol é muito atrativo para o investidor. Mesmo o barril de petróleo chegando a US$ 75, que é o piso que nós acreditamos que pode chegar, o etanol ainda é competitivo. Portanto, eu acredito que haverá muito investimento e que essa crise internacional não afetará essa perspectiva boa de expansão", explicou.

Já quanto à exportação, a expectativa é que o volume negociado com outros mercados duplique nos próximos dez anos, passando dos atuais 4,2 bilhões para 8,3 bilhões de litros em 2017. Nesse cenário, os Estados Unidos, hoje o principal comprador, perderão espaço para o Japão, cuja demanda pelo etanol deve representar 36,2% das exportações.

Fonte: Gazetaweb.com

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Cana-de-açúcar é a opção de matriz energética limpa e renovável

A cana-de-açúcar responde por 16% da matriz energética brasileira, uma das mais limpas e renováveis do mundo, atrás apenas do petróleo e derivados (37%). Da planta aproveita-se o caldo, o bagaço e a palha da cana para produção de açúcar, etanol, adubo e bioeletricidade, com vantagem de reduzir impactos ambientais e gerar créditos de carbono.

As informações foram prestadas pelo assessor econômico da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Única), Luciano Rodrigues, durante palestra na 1ª Semana do Etanol: compartilhando a experiência brasileira (em inglês, 1st Ethanol Week: sharing the Brazilian experience), nesta terça-feira (2), em Araras/SP. O encontro é promovido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar),

Rodrigues informou que apenas 20 produtores de petróleo fornecem combustível fóssil para todo o mundo. Ele acredita que mais de cem países poderiam produzir biocombustíveis para 200 nações, utilizando a cana-de-açúcar como matéria-prima.

O setor sucroalcooleiro tem expectativa de que até 2010 mais de 450 unidades produtoras de açúcar e álcool estejam funcionando. Hoje são 410 unidades industriais. Há previsão de investimentos da ordem de US$ 33 bilhões na instalação de novas unidades produtoras até 2012. Neste mesmo período, a participação do capital estrangeiro no setor deverá aumentar de 7% para 12%.

Em relação à produção da cana, o assessor da Única disse que o plantio está concentrado na região centro-sul do País, distante mais de 2,5 mil km da Floresta Amazônica, e o cultivo pode ocupar 25 milhões de hectares das áreas de pastagens degradadas disponíveis.

Participam do encontro em Araras representantes do governo e de empresas privadas de mais de 30 países da América Latina, Caribe e África, como Moçambique, Senegal, Colômbia, Panamá, Argentina, Haiti, Togo e Cabo Verde.

Fonte: Jornal O Serrano - Inez De Podestà

Da:

Brasil estuda processar EUA na OMC por sobretaxar etanol

DEMOROU: O Brasil está estudando a possibilidade de processar os Estados Unidos perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) pela sobretaxa americana às importações de etanol, afirmou hoje o ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

"Estamos fazendo uma avaliação jurídica e acreditamos que temos um caso jurídico sustentável. Achamos que temos boas possibilidades de vencer e, por isso, é muito provável que o levemos perante a OMC", disse Amorim em coletiva de imprensa com correspondentes estrangeiros no Rio de Janeiro.

"Não há um prazo. Pode ser em um mês, em dois meses. Vai depender da leitura que fizermos da avaliação jurídica e das conversas com os produtores e os advogados", acrescentou.

Os EUA cobram, além da tarifa normal, uma taxa adicional de US$ 0,54 por galão de etanol de cana-de-açúcar importado do Brasil, que é muito mais barato e eficiente que o etanol americano, que é proveniente do milho.

A sobretaxa é considerada como uma medida para proteger os produtores americanos de milho e de etanol e constitui um freio aos planos de expansão do combustível alternativo do Brasil, o maior produtor e exportador mundial de etanol de cana-de-açúcar.

"Consideramos que é uma cobrança indevida. Achamos há algum tempo que se trata de uma taxa ilegal que não tem como ser sustentada", afirmou Amorim.

O possível processo foi anunciado pouco depois de o Brasil solicitar à OMC que retomasse o processo de arbitragem contra os EUA pelos subsídios que esse país dá à produção de algodão.

Fonte:

Da:

Bagaço de cana torna-se um "resíduo" cada vez mais lucrativo

Geração de bioeletricidade, venda de créditos de carbono, alimentação animal e insumo para adubação orgânica. Esses são os atuais usos de um subproduto da indústria de açúcar e álcool que, até o início da década de 90, era considerado um problema e muitas vezes dado de graça pelas usinas: o bagaço de cana.

Hoje, cada vez menos vendido ou cedido a terceiros pela agroindústria canavieira, o bagaço virou o insumo principal para garantir a auto-suficiência energética das usinas.

Nesta safra, não fosse a utilização do bagaço principalmente para geração de energia, pelo menos 140 milhões de toneladas do resíduo - de uma safra prevista pela Conab em 570 milhões de toneladas - estariam abarrotando os pátios das usinas, já que, de cada tonelada de cana sobram 250 quilos de bagaço, conforme o especialista em bioeletricidade Onório Kitayama, da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que representa 117 usinas produtoras de açúcar, álcool e bioenergia.

ÁLCOOL CELULÓSICO

E o futuro guarda um uso ainda mais nobre para o antes resíduo e agora “co-produto”: a produção do álcool de segunda geração, feito a partir da hidrólise do bagaço. “O mundo inteiro está pesquisando isso”, diz o engenheiro agronômo especialista em usinas de álcool Rodrigo de Campos. No Brasil, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e a Dedini trabalham com tais pesquisas. O que vai definir, porém, no futuro, se o bagaço será destinado à queima para gerar bioeletricidade ou à produção de etanol celulósico será o mercado. “A tendência será privilegiar o mais lucrativo”, diz Campos.

PELLETS

Ainda na questão energética, o bagaço tem sido pesquisado também para ser transformado em pellets, exportados para a Europa para geração de energia. “O bagaço é prensado em bloquinhos, mais fáceis de serem transportados”, explica Campos. “Atualmente algumas usinas vendem o bagaço solto para a indústria de suco de laranja, por exemplo. Com pellets, poderiam lucrar mais, pois o bagaço fica concentrado e com maior capacidade de geração de energia.”

Não só o bagaço está na mira da pesquisa para produção do álcool celulósico, mas também a palha, deixada no campo em grandes quantidades após a colheita de cana. Assim, parte da palha continuaria na lavoura, protegendo o solo, preservando a umidade e virando adubo orgânico. Parte seria transformada em álcool ou até poderia ser queimada nas caldeiras, num cenário em que o bagaço fosse destinado à produção de álcool.

Segundo Kitayama, da Unica, caso a palha seja destinada cada vez mais à geração de bioenergia, juntamente com o bagaço, entre 2020 e 2021 o potencial energético do setor passaria para 28.760 megawatts/hora, “o equivalente a duas Itaipus”, compara Kitayama, que finaliza: “A cana não deveria mais ser chamada ‘de açúcar’, pois ela produz álcool e energia. Deveria ser rebatizada de cana bioenergética.”

140 milhões de toneladas - é a quantidade de bagaço de cana que deverá ser produzida nesta safra

8.020 megawatts - será a capacidade de geração de energia das usinas até 2011, segundo a Única

28.760 megawatts - é o potencial de geração de energia pelas usinas até 2021, o equivalente a duas Itaipus

Fonte: - Tânia Rabello e Fernanda Yoneya

Da:

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A Petrobras pretende construir pelo menos 15 usinas de etanol até 2012

Rio. A Petrobras pretende construir pelo menos 15 usinas de etanol até 2012, para atingir sua meta de produção, que é de 4,7 bilhões de litros. Segundo o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa, o projeto seguirá o modelo da parceria com a Mitsui e a Itarumã Açúcar e Álcool realizado para a construção de uma unidade em Goiás, na qual a estatal e a trading detém 20% do capital cada uma. O modelo de participação minoritária nas usinas de etanol também será adotado para o projeto do alcoolduto que ligará Senador Canedo (GO) à Paulínia (SP). Nesta parceria, a participação de cada sócio será dividida igualmente. Assim, um terço caberá à Petrobras, e a mesma fatia para cada um dos demais sócios, a japonesa Mitsui e construtora Camargo Correa.

O transporte de álcool contemplava a maior parte dos investimentos do plano estratégico da empresa para o setor de biocombustível, com 46% do orçamento de US$ 1,5 bilhão.

A empresa busca como mercados prioritários o Japão, a Coréia do sul, Estados Unidos, Europa e Noruega. Neste sentido, pretende utilizar parte da capacidade de estocagem da recém comprada Refinaria de Okinawa para armazenar etanol destinado ao mercado local.O Japão autorizou recentemente a mistura de 3% de álcool à gasolina.

Costa vê com "otimismo" as recentes mudanças regulatórias no mercado americano, que instituiu metas para uso de combustíveis renováveis. Mas na sua opinião "tais metas só poderão ser atingidas caso o governo local reduza as tarifas de importação do etanol brasileiro". Ele falou durante o evento World Refining Biofuel.

Também presente ao encontro, a assessora da diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Maria Antonieta de Souza, disse que a reguladora vê com bons olhos o pedido dos produtores de álcool para que haja a adoção definitiva do nome etanol no mercado de revenda de combustíveis. Segundo ela a medida facilitaria a transformação do produto em commodity.

Refinaria e pré-sal

Segundo Costa, a Petrobras planeja construir mais uma refinaria até 2020. Sem dar detalhes sobre os valores investidos no projeto ou o volume a ser processado na unidade, ele confirmou que a refinaria se faz necessária devido às novas descobertas no pré-sal. Com esta, serão seis novas unidades anunciadas pela companhia depois de quase 30 anos desde que a última foi inaugurada. Já estão na programação, a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e as unidades de Pernambuco, Maranhão e Ceará, além da transformação da unidade de processamento de GLP no Rio Grande do Norte em refinaria. Todas têm previsão de entrar em operação até 2014, com investimentos de aproximadamente US$ 100 bilhões, segundo informou recentemente o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.

A Petrobras possui hoje 14 refinarias, com capacidade de processamento de 2,167 milhões de barris por dia, sendo que utiliza 90% dessa capacidade, ou 1,946 milhão. O investimento na nova refinaria estudada pela Petrobras, segundo Costa, faz parte do plano estratégico da empresa para o período 2009-2020. Segundo ele, as descobertas do pré-sal também exigiram que a estatal programasse seus investimentos mais a longo prazo.

"A gente já não pode mais pensar na Petrobras apenas num prazo de cinco anos. Com a descoberta do pré-sal e avanço gigantesco na área de biocombustíveis, refino, petroquímica e gás e energia, não dá para olhar só para cinco anos", disse em entrevista após participar de evento no Rio. O plano estratégico deve ser anunciado no início de outubro e segundo o executivo trará aumento substancial nos investimentos da estatal.

Fonte:

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Nova fronteira do diamante verde

A notícia de que o Planalto estuda a criação de um comitê de incentivo à produção de biocombustíveis em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul representa um avanço no sentido do reconhecimento da importância estratégica do coração do Brasil para toda a indústria de energia renovável do País. Essa idéia poderá produzir frutos em abundância, caso o comitê seja integrado pela representação legítima da cadeia produtiva do setor e não se transforme num mero aparelho burocrático sem poder decisório.

Com clima e solo de qualidades, Goiás está se transformando rapidamente na maior referência nacional, graças ao seu extraordinário potencial para a produção de energia limpa voltada ao suprimento das demandas por diversificação energética. O nosso Estado possui hoje uma importância fundamental no tocante ao fornecimento de biocombustíveis, principalmente o etanol, para equacionar uma parte significativa do abastecimento mundial de energia, com a substituição dos derivados do petróleo e a conseqüente redução dos danos ambientais.

O fato de o governo oferecer incentivos fiscais e o Estado registrar alta produtividade na cana-de-açúcar, com 80 toneladas por hectare tem atraído pesados investimentos com novos projetos de instalação de usinas e a modernização das unidades já existentes. Somente no ano passado houve acréscimo de 35,5% na produção goiana de cana e incremento de 43,6% na área plantada em comparação com 2006, conforme o IBGE. Dos investimentos previstos no Estado para o período de quatro anos, 86 projetos são de produção de açúcar e álcool e somam R$ 12,76 bilhões, ou 48,74% do total.

Maior produtor e processador de cana-de-açúcar do mundo, o Grupo Cosan, por exemplo, está construindo em Jataí a primeira de três usinas que implantará no Estado, sendo as demais, em Paraúna e Montividiu, totalizando R$ 1,35 bilhão de investimentos. Juntas elas vão ampliar em 25% a atual capacidade de moagem da companhia, que é de 44 milhões de toneladas por safra, passando para 55 milhões de toneladas. Já a Toyota projeta a construção de uma usina de etanol em parceria com a Petrobras e os produtores de cana da região de Itumbiara com investimentos que podem chegar a US$ 200 milhões e previsão de moagem de cerca de 4 milhões de toneladas de cana. Por sua vez, o Grupo São Martinho - segundo maior do setor sucroalcooleiro do País - constrói a Usina Boa Vista, em Quirinópolis com investimento de R$ 406 milhões e previsão de que até 2010 processe, em sua capacidade máxima, 3 milhões de toneladas de cana.

No entanto, esse avanço acelerado na produção de etanol em Goiás deve substancialmente à qualidade da liderança, representada pelo Sindicato da Indústria de Fabricação de Álcool de Goiás (Sifaeg). A entidade tem desempenhado um papel soberbo, tanto na organização profissional do setor, quanto na ação coordenada com o restante do País, visando tornar o etanol efetivamente uma commodity. Ressalte-se ainda os esforços empreendidos de forma continuada, no sentido de equacionar todos os gargalos ainda existentes,

Por outro lado, a construção da ferrovia Norte-Sul, face ao seu auxílio estratégico no escoamento da produção sucroalcooleira tem exercido grande estímulo aos novos investimentos no setor. A propósito, o governo do Estado vem promovendo diversas iniciativas com o objetivo de assegurar maior adensamento econômico na região Norte de Goiás, de forma sustentável, gerando mais cargas para a ferrovia, mais emprego e renda e melhores condições de vida para a população. Não obstante, através do ramal Sudoeste, ela promoverá a integração completa do Estado aos portos exportadores do Norte e do Sudeste do País.

Numa escala menor, porém na mesma tendência de crescimento, a fabricação de biodiesel também ganha força em Goiás. Enquanto a base do etanol é a cana-de-açúcar, o biodiesel produzido em Goiás deriva principalmente da soja, da mamona, do dendê e até mesmo do pinhão-manso, que tem enorme potencial de extração de óleo, mas ainda pouca tecnologia empregada. As três empresas que processam o biocombustível, instaladas em cidades goianas, já respondem por 15% da capacidade de produção nacional, segundo a Agência Nacional do Petróleo.

Portanto, diante da febre mundial do etanol, que certamente deverá virar uma commodity dentro de poucos anos, nesse processo de substituição do petróleo como principal combustível da economia internacional, Goiás se apresenta como o grande celeiro do diamante verde. Precisamos assumir essa condição e nos prepararmos intensamente para os novos desafios dessa matriz energética.

Daniel Messac é secretário extraordinário de Estado e deputado estadual licenciado, e-mail: dmessac@hotmail.com

Diário da Manhã