O Brasil vai viver um "boom" de etanol nos próximos dez anos, quando a demanda pelo produto vai crescer 150%, passando de 25,5 bilhões de litros, em 2008, para 63,9 bilhões de litros, em 2017.
Para atender a demanda, serão necessárias 246 novas usinas, sendo que 46% já estão em construção, e um investimento de US$ 20 bilhões a US$ 25 bilhões. O cenário foi traçado nesta quarta-feira (24) pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que classificou o etanol como uma "jóia da coroa", ao lado do pré-sal.
"O Brasil está caminhando para ser uma potência do ponto de vista energético porque tem o pré-sal que vai tornar o Brasil um grande exportador de petróleo e o etanol que faz dele um exportador e um produtor de combustíveis limpos. Então, sem dúvida alguma, o etanol é uma ‘jóia da coroa’, ao lado do pré-sal", ressaltou.
Aumento da frota
De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia, mais 14 milhões de veículos serão adicionados à frota brasileira em dez anos. E, se hoje 30% da frota de 23,2 milhões de veículos são de carros flex, a projeção é que esse índice chegue a 73% de 37 milhões de veículos em 2017.
"O flex fuel dá poder ao consumidor. Hoje, ele vai na bomba e escolhe se vai botar etanol ou gasolina. Hoje, 75% desse conjunto de carros flex fuel abastecem com etanol. Só 25% escolhem gasolina", explica Tolmasquim.
A perspectiva é que, em 2017, 80% de todos veículos de passeio serão abastecidos por etanol. Para que abastecer com álcool seja vantajoso para o consumidor, é necessário que o preço do litro custe até 70% do preço da gasolina. A média nacional hoje, segundo a EPE, é de 59%.
Crescimento 'forte'
"A perspectiva de crescimento da demanda é muito forte. O etanol é muito atrativo para o investidor. Mesmo o barril de petróleo chegando a US$ 75, que é o piso que nós acreditamos que pode chegar, o etanol ainda é competitivo. Portanto, eu acredito que haverá muito investimento e que essa crise internacional não afetará essa perspectiva boa de expansão", explicou.
Já quanto à exportação, a expectativa é que o volume negociado com outros mercados duplique nos próximos dez anos, passando dos atuais 4,2 bilhões para 8,3 bilhões de litros em 2017. Nesse cenário, os Estados Unidos, hoje o principal comprador, perderão espaço para o Japão, cuja demanda pelo etanol deve representar 36,2% das exportações.
Fonte: Gazetaweb.com
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
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