Rio. A Petrobras pretende construir pelo menos 15 usinas de etanol até 2012, para atingir sua meta de produção, que é de 4,7 bilhões de litros. Segundo o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa, o projeto seguirá o modelo da parceria com a Mitsui e a Itarumã Açúcar e Álcool realizado para a construção de uma unidade em Goiás, na qual a estatal e a trading detém 20% do capital cada uma. O modelo de participação minoritária nas usinas de etanol também será adotado para o projeto do alcoolduto que ligará Senador Canedo (GO) à Paulínia (SP). Nesta parceria, a participação de cada sócio será dividida igualmente. Assim, um terço caberá à Petrobras, e a mesma fatia para cada um dos demais sócios, a japonesa Mitsui e construtora Camargo Correa.
O transporte de álcool contemplava a maior parte dos investimentos do plano estratégico da empresa para o setor de biocombustível, com 46% do orçamento de US$ 1,5 bilhão.
A empresa busca como mercados prioritários o Japão, a Coréia do sul, Estados Unidos, Europa e Noruega. Neste sentido, pretende utilizar parte da capacidade de estocagem da recém comprada Refinaria de Okinawa para armazenar etanol destinado ao mercado local.O Japão autorizou recentemente a mistura de 3% de álcool à gasolina.
Costa vê com "otimismo" as recentes mudanças regulatórias no mercado americano, que instituiu metas para uso de combustíveis renováveis. Mas na sua opinião "tais metas só poderão ser atingidas caso o governo local reduza as tarifas de importação do etanol brasileiro". Ele falou durante o evento World Refining Biofuel.
Também presente ao encontro, a assessora da diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Maria Antonieta de Souza, disse que a reguladora vê com bons olhos o pedido dos produtores de álcool para que haja a adoção definitiva do nome etanol no mercado de revenda de combustíveis. Segundo ela a medida facilitaria a transformação do produto em commodity.
Refinaria e pré-sal
Segundo Costa, a Petrobras planeja construir mais uma refinaria até 2020. Sem dar detalhes sobre os valores investidos no projeto ou o volume a ser processado na unidade, ele confirmou que a refinaria se faz necessária devido às novas descobertas no pré-sal. Com esta, serão seis novas unidades anunciadas pela companhia depois de quase 30 anos desde que a última foi inaugurada. Já estão na programação, a construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e as unidades de Pernambuco, Maranhão e Ceará, além da transformação da unidade de processamento de GLP no Rio Grande do Norte em refinaria. Todas têm previsão de entrar em operação até 2014, com investimentos de aproximadamente US$ 100 bilhões, segundo informou recentemente o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli.
A Petrobras possui hoje 14 refinarias, com capacidade de processamento de 2,167 milhões de barris por dia, sendo que utiliza 90% dessa capacidade, ou 1,946 milhão. O investimento na nova refinaria estudada pela Petrobras, segundo Costa, faz parte do plano estratégico da empresa para o período 2009-2020. Segundo ele, as descobertas do pré-sal também exigiram que a estatal programasse seus investimentos mais a longo prazo.
"A gente já não pode mais pensar na Petrobras apenas num prazo de cinco anos. Com a descoberta do pré-sal e avanço gigantesco na área de biocombustíveis, refino, petroquímica e gás e energia, não dá para olhar só para cinco anos", disse em entrevista após participar de evento no Rio. O plano estratégico deve ser anunciado no início de outubro e segundo o executivo trará aumento substancial nos investimentos da estatal.
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quinta-feira, 4 de setembro de 2008
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