quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A enorme potencialidade da cana-de-açúcar

27/11/08 - Recentemente, duas empresas brasileiras, uma de investimentos e outra de usina de cana, anunciaram um arrojado acordo comercial com uma empresa de tecnologia americana para a produção de diesel de cana. Trata-se de um novo biocombustível, que irá substituir o petrodiesel em caminhões, ônibus, tratores e semelhantes. A tecnologia foi mais complexa para desenvolver que para explicar. Cientistas introduziram 15 genes de outras espécies no fermento Sacharomyces cerevisiae, que passa a produzir farneceno em vez de álcool.

Este acordo comercial é uma decorrência do enorme sucesso do bioetanol, inicialmente como combustível dos veículos a álcool e, recentemente, dos flex-fuel. Nos últimos cinco anos, a cadeia
sucroalcooleira ganhou musculatura suficiente para investirem novos negócios, tanto em energia quanto na química fina. Quem se acostumou a associar cana com açúcar terá que reformular seu
mapa mental. Até a década passada, o açúcar era o principal produto da cana, hoje substituído pelo etanol. Mas que deverá reinar por pouco tempo, pois duas ondas de negócios poderosos
emergem a partir da cana: a bioeletricidade e os bioprodutos, resultantes das biorefinarias. Este é um conceito inspirado nas refinarias de petróleo, para gerar produtos que sucederão os derivados da petroquímica, como plásticos, polímeros e insumos para a química fina e farmacêutica.

Por que a cana apresenta esta potencialidade? Mais que tudo por sua alta densidade energética: uma tonelada de cana possui energia equivalente a 1,3 barril de petróleo (1,7GJ). Comparemos a cana com paradigmas conhecidos. Primeiro com a usina de Itaipu, cujo pico de produção de energia elétrica, ocorrido em 2002, foi de 93TWh. Pois a colheita de cana de 2008 equivale, em termos energéticos, a dez usinas de Itaipu. Com a diferença de que a cadeia da cana gera milhares de vezes mais empregos que Itaipu.

A segunda comparação é com a reserva petrolífera de Tupi, descoberta pela Petrobras. Imaginando que, a partir deste ano, 50% da demanda de petróleo brasileira viesse dessa reserva, ela se esgotaria antes de 2030. Para produzir o equivalente à energia do petróleo de Tupi, seria necessário cultivar apenas 2,5 milhões a 3 milhões de hectares de cana, que continuariam produzindo após 2030, além de gerar milhares de vezes mais empregos que os oferecidos pela cadeia petrolífera.

Apesar do natural potencial, foi necessário um auxílio da ciência para que a cana produzisse tamanha energia e apresentasse alta competitividade, tanto no mercado alimentício quanto no energético ou químico. Para tanto, centenas de cientistas trabalharam para garantir a maior produtividade da cana, com custo mais baixo e com menos impacto ambiental. Como o leque de negócios da cana se expande exponencialmente, seu cultivo deverá crescer na mesma razão.

Portanto, é necessário, periodicamente, efetuar uma análise estratégica dos rumos que a cana tomará, das mudanças negociais e ambientais, e gerar uma agenda de pesquisa que torne a
tecnologias disponíveis assim que o setor produtivo as demandar. Com este espírito organizamos, em setembro passado, o workshop Sugarcane Technological Roadmap, cujo resultado foi uma visão clara da agenda de pesquisa e desenvolvimento até 2030. Neste período a cana enfrentará o desafio de ingressar em novas áreas do Centro e do Norte do Brasil, onde antes jamais houvera sido cultivada, demandando novas variedades, fórmulas inovativas de fertilização, manejo da água de irrigação, entre outros.

Ficou clara a necessidade de introduzir na genética da cana tolerância ou resistência a estresses, sejam bióticos (pragas e doenças) ou abióticos (seca, temperatura, salinidade, acidez do solo), assegurando que a cana fixe nitrogênio doar, para garantir sua competitividade no novo ambiente produtivo. A colheita mecânica será a marca das próximas décadas, significando diversas alterações nas variedades e no conjunto de tratos culturais do sistema de produção. Parte da palha que era queimada no campo, agora será levada para as usinas, para gerar bioeletricidade, o que significa estudos para adequar a cultura aos novos tempos. A necessidade de racionalização de operações e de custos exigirá modificações de paradigmas seculares, como novas técnicas de plantio da cana.

O resultado do workshop foi altamente compensador, pela visão estratégica que proporcionou sobre o futuro da cultura e as necessidades de investimentos em ciência e tecnologia.


Décio Luiz Gazzoni
Fonte: Gazeta Mercantil

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

50 países querem tecnologia brasileira do etanol

13/11/08 - O Brasil é o maior produtor mundial de etanol de cana-de-açúcar, com 27 bilhões de litros previstos para a safra 2007/2008. Essa tecnologia atrai o interesse de 50 países, que vão participar, de 17 a 21 deste mês, da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis: Os biocombustíveis como vetor do desenvolvimento sustentável, que será realizada em São Paulo.

A cana-de-açúcar responde por 16% da matriz energética brasileira, uma das mais limpas e renováveis do mundo (petróleo e derivados são 37%). Da planta aproveita-se o caldo, o bagaço e a palha para produção de açúcar, etanol, adubo e eletricidade, com vantagem de reduzir impactos ambientais e gerar créditos de carbono, pelo qual a empresa vende a países desenvolvidos o equivalente a cada tonelada evitada de dióxido de carbono (CO2), hoje cotada em torno de 18 euros.

O cultivo de cana ocupa menos de 1% dos 851 milhões de hectares do território brasileiro. De acordo com a Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, os investimentos externos no setor industrial do açúcar e do álcool estão em torno de 15%. O consumo do etanol já é maior que o da gasolina e os veículos brasileiros flex fuel permitem a utilização de até 100% do etanol hidratado. O álcool anidro é misturado, atualmente, à gasolina na proporção de 25%. O Brasil tem frota estimada em mais de 6 milhões de veículos flex fuel.

Com a crescente demanda mundial por energia limpa e renovável, o Brasil é protagonista neste cenário. É o país que mais aumenta a produção de excedentes e o maior exportador de carne de frango e bovina, café, açúcar, e o segundo maior de grãos. Além do potencial econômico, a produção e o uso do etanol geram benefícios socioambientais.

De acordo com o secretário de Produção e Agroenergia, Manoel Bertone, o governo federal tem promovido a disseminação de políticas que visam ampliar a participação dos biocombustíveis na matriz energética. ¿Entre os benefícios ambientais, a utilização de etanol combustível diminui a emissão de gás carbônico e reduz o consumo de petróleo, enfatizou.

O Brasil exporta não só biocombustíveis, mas também tecnologia e know-how para países interessados em desenvolver programas desses combustíveis renováveis. Muitas nações têm procurado conhecer o programa brasileiro para implementar modelos adaptados à sua realidade.

Entre os interessados estão o Mercosul, além de México e alguns tradicionais produtores de açúcar da região do Caribe, como Guatemala, El Salvador e Jamaica, além de países da Ásia e da África.

Fonte: Tribuna News

Ônibus a etanol será apresentado no Brasil Biocombustíveis

A montadora sueca de caminhões e ônibus Scania fará a demonstração de um ônibus movido a etanol, durante o evento “Brasil Biocombustíveis”, que acontece de 17 a 21 de novembro no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, SP. O projeto do veículo foi inicialmente desenvolvido no Brasil na década de 1980 e posteriormente aperfeiçoado na Suécia.

Com o apoio da Unica (União da Indústria da Cana-de-Açúcar), a demonstração tem o objetivo de revelar os benefícios para o meio ambiente da substituição do diesel por etanol de cana, um biocombustível renovável e limpo. Segundo o consultor de emissões e tecnologia da Unica, Alfred Szwarc, o etanol reduz a poluição local do ar em 90% de material particulado e 60% de óxidos de nitrogênio, além de não conter enxofre.

"A substituição de mil ônibus a diesel por estes que são movidos a etanol evita a emissão de 96 mil toneladas de CO2 por ano. Isso equivale às emissões de uma frota de 20 mil automóveis movidos a gasolina por um ano inteiro”, disse Szwarc.

O uso de etanol para o transporte coletivo nos grandes centros urbanos vem sendo demonstrado em algumas cidades do mundo, além de São Paulo. Desde 1993, Estocolmo utiliza combustíveis renováveis no transporte urbano para combater o aquecimento global e promover a sustentabilidade.

O Projeto Best (Bio Ethanol Sustainable Transport ou Etanol para o Transporte Sustentável), contempla 600 ônibus rodando em várias cidades da Suécia, 400 deles na capital, capacitados a operar com motor a diesel adaptado para operar com 95% de etanol e 5% de um aditivo especial, que promove a ignição.

No Brasil, o Projeto Best está em operação desde outubro de 2007, sob a coordenação do Cenbio (Centro Nacional de Referência em Biomassa), do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, com o apoio da União Européia e parceria de várias empresas e entidades, entre elas a Unica, que responde pelo abastecimento do etanol utilizado no projeto e contribui para sua divulgação.

O evento “Brasil Biocombustíveis” está sendo realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e pelo Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA). São aguardados 2,5 mil conferencistas e cerca de 80 ministros estrangeiros, principalmente dos Estados Unidos e União Européia, que já lidam com a tecnologia dos biocombustíveis, além de representantes da imprensa internacional e de empresas estrangeiras.

O governo vai aproveitar ainda para disseminar no evento o uso da tecnologia flex, desenvolvida no Brasil, que permite que um automóvel seja abastecido tanto com etanol quanto gasolina, ou com qualquer mistura entre os dois. Hoje, quase 90% dos veículos comerciais leves vendidos no Brasil são flex.

Fonte: ProCana

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Etanol de segunda geração em estudo

20/10/08 - A Petrobras encomedou à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) duas pesquisas sobre o etanol de segunda geração. A primeira tem como objetivo avaliar qual variedade de cana-de-açúcar produz mais etanol do caldo e do bagaço. O outro estudo busca a forma mais viável de manipulação do bagaço para ser utilizado na produção do biocombustível.

As pesquisas serão realizadas no Centro de Tecnologia de Engenhos de Quissamã (CTE), que vai iniciar as suas atividades em março do ano que vem. O CTE terá como foco estudos sobre a produção de etanol de segunda geração a partir do bagaço da cana. O centro de pesquisas contará com o apoio acadêmico da Uenf, que já desenvolve análises sobre o combustível. Além da universidade, a prefeitura de Quissamã e o Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes) vão colaborar com as pesquisas do CTE. “ Esta cooperação tende a gerar muitos frutos”, ressaltou o reitor da Uenf, Almy Júnior Cordeiro de Carvalho.

O CTE faz parte do Pólo de Agro-Indústria Integrada da Cana de Quissamã, que tem como objetivo incentivar a criação de associações de produtores para a criação de uma marca única para a comercialização, em conjunto, dos derivados da cana.


Fonte: Energia Hoje

Cana-de-açucar, fonte de água

Os critérios de sustentabilidade e a legislação ambiental que cercam a atividade canavieira estão forçando a indústria a desenvolver tecnologias que envolvem cada vez mais a preservação dos recursos naturais, criando ciclos de renovação naturais diante da gigantesca produção sucroalcooleira. Primeiro, criaram-se meios para evitar contaminações do solo e das águas, e dessa forma a vinhaça ganhou um novo conceito transformando-se em fertilizante para a lavoura de cana. Posteriormente, surgiram outras vias sustentáveis para aproveitar quase 100% da matéria-prima, tornando a palha e o bagaço da cana, por exemplo, recursos “de ouro” para a produção de energia elétrica. Agora, a indústria dá mais um passo rumo a este novo conceito industrial e sustentável ao lançar a “Água de Cana” ou “Água Doce”.

A novidade foi lançada em agosto e deve estar totalmente disponível para o mercado em 2009. Trata-se de uma tecnologia capaz de tornar uma usina auto-suficiente em água, ou melhor, uma usina que não precisa lançar mão de mananciais, tirando da própria cana-de-açúcar a água necessária para seus processos industriais (isso é possível porque a cana tem 70% de água em sua composição). Mas o que se espera, além da auto-sustentabilidade hídrica, é que em um futuro bem próximo, os ajustes feitos a essa tecnologia possibilitem às usinas, o fornecimento de água industrial, agrícola e até potável ao mercado.

José Luiz Olivério, vice-presidente de tecnologia e desenvolvimento da Dedini Indústria de Base, inventora do processo, adiantou que o sistema, na realidade, apresenta duas soluções para o mercado: “Já temos condições de fornecer usinas auto-sustentáveis em água e, em um segundo momento, transformar a usina em uma exportadora de água. Assim, a água será mais um produto obtido da cana, como a bioeletricidade”, explica.

Consumo de água

Dados do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) apontam que o consumo de água por parte das usinas de açúcar e etanol vem diminuindo significativamente nos últimos 20 anos. Em 1988, calculava-se um consumo de 5,6 mil litros de água por tonelada de cana. Hoje, as usinas usam 1,8 mil litros de água por tonelada. Com a nova tecnologia, a tendência é chegar a zero e ainda, produzir água excedente para comercialização.

O sistema foi apresentado pela Dedini nestas duas etapas: a usina auto-sustentável (aproveitamento máximo da composição hídrica da cana para o processo industrial) e a usina fornecedora de água, que através do sistema de evaporação da vinhaça concentrada (65%), consegue obter a “água doce” para uso industrial, agrícola (irrigação) e doméstico. Com esta tecnologia, ele garante que seria possível produzir 300 litros de água por tonelada de cana, o que representa, em uma usina com capacidade para 12 mil toneladas de cana/dia, a produção de 3,6 milhões de litros de água por dia.

Subprodutos do bem

O desenvolvimento destes novos produtos proporcionou à indústria chegar a um terceiro subproduto da cana-de-açúcar, igualmente amigo do meio ambiente, o Biofom. “A mesma tecnologia que permite o melhor aproveitamento da água no ciclo de processamento da cana, permitiu o desenvolvimento de um biofertilizante que foi batizado de Biofom, que pode substituir o fertilizante químico que vem do petróleo”, esclarece o executivo.

O Biofom é um biofertilizante organomineral feito a partir da mistura da cinza da caldeira, da torta de filtro, fuligem de chaminé e da vinhaça concentrada (todos subprodutos da fabricação do açúcar e do etanol) adicionado de fertilizantes minerais de acordo com as necessidades da cana e da soqueira. A indústria defende que o Biofom, em substituição à vinhaça, é mais vantajoso porque aumenta a produtividade da lavoura e reduz em 20% os gastos com transporte (consumo de combustível). De acordo com Olivério, o Biofom tem 90% de carga fertilizante, enquanto a vinhaça tem 10%. Ele diz ainda que o produto possui maior facilidade em atender à legislação ambiental, pois evita a perda de nutrientes do solo por lixiviação, substitui em parte o uso de fertilizantes minerais e elimina o mau cheiro da vinhaça.

Em sua opinião, a produção do Biofom pode representar uma grande revolução, já que o produto representa a utilização racional e econômica de todos os subprodutos produzidos na indústria sucroalcooleira e isso, por si só, minimiza o impacto ambiental de sua utilização in natura, além de poder permitir a redução das dosagens de nutrientes adicionadas na cultura canavieira, uma vez que ele combina a fertilização orgânica com a mineral, ou seja, mistura onde os nutrientes são potencializados.

Água mineral

Introduzir no mercado a tecnologia verde para um melhor aproveitamento de água é o objetivo principal da empresa, mas expandir os sub-produtos melhorados tecnologicamente também faz parte das intenções e, por isso, José Luiz Olivério não descarta a possibilidade de, em pouco tempo, usinas de etanol estarem atuando no setor de produção de água potável. “Esta possibilidade não está descartada e tem uma qualidade adicional: será uma água orgânica”, diz ele. “É uma água recuperada da cana, mas evidentemente que ainda será necessário realizar um profundo estudo de viabilidade e um plano de negócios para tomar essa decisão”.

Viviane Taguchi
Fonte: Revista Energia Mundo

Da:

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ministério veta plantio de cana-de-açúcar no Pantanal

04/11/08 - Pantanal foi vetado na elaboração do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, exceto no planalto pantaneiro, onde já existem plantações há mais de 10 anos.

O plantio de cana-de-açúcar no Pantanal está vetado pelo Ministério do Meio Ambiente, segundo informou ontem o ministro Carlos Minc durante a 53º Reunião Extraordinária do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).

Com base na resolução 001/1985 do conselho, o plantio de cana-de-açúcar no Pantanal foi vetado na elaboração do Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar, exceto no planalto pantaneiro.

No planalto apenas será permitido o plantio direto, sem uso de máquinas ou agrotóxicos. Na planície, será proibido qualquer tipo de plantio de cana-de-açúcar. A intenção é diminuir erosões e o assoreamento dos rios.

Para Minc, as resoluções do Conama têm peso de lei. Ele afirmou que apesar das diversas interpretações do governo sobre o tema, o que prevaleceu foi "o respeito à resolução do Conama".

O Zoneamento Agroecológico da Cana vai nortear a expansão da cultura para a produção de etanol. Os estudos estão praticamente concluídos.

Foram identificados 65 milhões de hectares de terras, integralmente fora dos biomas Amazônia e do Pantanal, que atendem aos critérios de produtividade e de proteção ambiental fixados como premissa.

Desse total, o governo escolherá seis hectares, terra suficiente para cumprir a meta de aumentar em 11% ao ano a produção do etanol, estabelecida no Plano Nacional de Mudanças Climáticas.


Fonte: Campo Grande News

São Paulo concentra 66% da área cultivada de cana-de-açúcar no pais

A cana-de-açúcar está em expansão no Brasil. O Estado de São Paulo é o responsável por mais de 60% das plantações no país.

Os dados são do INPE de São José dos Campos, que usou imagens de satélite para mapear as áreas cultivadas. Em termos absolutos, São Paulo é o estado que mais registrou aumento de áreas expandidas. São 4 milhões e 450 mil hectares. O estado representa 66% de toda a área cultivada no país.

Entre os municípios paulistas, Barretos é o campeão de expansão na colheita 2008/2009. Foram quase 16 mil hectares a mais de cana em relação ao ano passado. Até o município de Morro Agudo, que já tinha 98% da área tomada por canaviais, cresceu mais 280 hectares. O projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais usa imagens de satélites para mapear seis estados brasileiros desde 2005. Todos eles apresentaram expansão.

Além de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Em porcentagem, Goiás é o campeão de expansão no país. A taxa de crescimento foi de quase 40%.

O crescimento da área de produção de cana-de-açúcar tem como principal motivo o aumento da venda de carros flex. A preferência pelo álcool nas bombas de combustível fez expandir a demanda pelo produto. A expansão de áreas para a produção da cana segue a mesma proporção. O pico aconteceu entre 2006 e 2007.

Enquanto as áreas de plantio aumentam, caem os índices da queima da palha da cana.

A queima da cana-de-açúcar é um dos grandes vilões da poluição do ar.

Segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, no ano passado a redução da área de queima evitou a emissão de 4 toneladas de material poluente, o equivalente a 28% da emissão de gases emitidos por veículos na região da grande São Paulo em 2006 As informações partem da Brasil Agro.

Fonte:

Da:

Queima da cana deve acabar até 2014

O secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, esteve esta semana em Araçatuba, onde participou da inauguração de uma estação de monitoramento da qualidade do ar, no câmpus da Unesp, e da Agência Ambientel Unificada, que deve agilizar as licenças ambientais.

Na sede regional da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), Graziano recebeu a Folha da Região, onde falou sobre o Protocolo e Zoneamento Agroambiental. Graziano também afirmou que a queima da palha da cana-de-açúcar deve acabar antes do período firmado pelos usineiros com o Governo do Estado. Confira a entrevista.

Folha da Região - Como está o andamento do Protocolo Agroambiental?

Xico Graziano - Houve uma adesão muito grande das usinas e destilarias da região, tanto na redução da queimada quanto na recuperação das matas ciliares. O setor canavieiro já identificou 140 mil hectares no Estado de São Paulo em recuperação de mata ciliar. Isso é mais da metade de tudo aquilo que nós cadastramos em nosso sistema. Então, o setor vem cumprindo à medida que se comprometeu, obedecendo aos requisitos ambientais. Nós queremos o álcool, uma vez que o combustível é bom para a Agenda Ambiental, mas a produção de cana tem que ser sustentável.

Em relação ao Zoneamento Agroambiental, ele atende todas as necessidades?

Xico Graziano - O Zoneamento foi elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambienta com o apoio da Secretaria de Agricultura do Estado. Ele é uma necessidade da sociedade paulista e nacional, por isso é preciso organizar melhor a produção e ter critérios diferenciados para o licenciamento. As regiões que a cana-de-açúcar podem se expandir mais facilmente. Em outras já há uma concentração muito elevada. O Zoneamento diferencia essas situações. Onde há problemas com recursos hídricos nós seremos muito mais rigorosos para dar licença ambiental. Na região Oeste, a expansão é mais fácil, então as licenças levarão isso em consideração. Nós temos agora torneirinhas que se regulam para a cana-de-açúcar em São Paulo.

O Zoneamento atende as necessidades das usinas da região, que estão em franca expansão?

Xico Graziano - A resposta é sim! São Paulo vai continuar na liderança brasileira da produção de açúcar e álcool, gerando muitos empregos.

Vamos exportar álcool garantindo que o etanol que sai daqui é verde. É um etanol que pode ser comprado pelo mundo, pois não traz consigo problemas ambientais.

Como está a questão da queima da palha da cana-de-açúcar?

Xico Graziano - A lei diz que a cana pode ser queimada até 2021. Mas pelo protocolo de compromissos assinado com o Governo, as queimadas acabam em 2014. No caso dos pequenos fornecedores de cana, foi solicitado um tempo maior, até 2017. Ainda estamos analisando o pedido. O que queremos é que as grandes áreas de queimadas desapareçam. Atualmente, as áreas de expansão de cana só recebem licença ambiental para a colheita crua. Não é permitido mais queimar cana na expansão dos canaviais. Isso já está acontecendo no Estado. Ou seja, o prazo para acabar com a queimada será reduzido, pelo bem do meio ambiente.


Diogo Rocha
Fonte: Folha da Região - Araçatuba/SP

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Nasce a Biopav, a mais moderna usina do país

Segunda unidade do Grupo Equipav, a usina tem capacidade de atingir 6 milhões/t de cana. Assim, a empresa consolida-se como a maior geradora de bioeletricidade do setor.

Tem início este mês as operações da Biopav, em Brejo Alegre (SP), a mais moderna usina do país, que faz parte do Grupo Equipav, referência no segmento por ser o maior gerador de energia a partir da biomassa. Construída em 14 meses - recorde no setor - a implantação da unidade contemplará três fases sendo que, ao final da 3ª fase, atingirá 6 milhões/t por safra. “A usina já nasce completa produzindo açúcar, álcool e co-gerando energia, enquanto o usual é que se tenha início apenas com a produção de álcool. Além disso, quase 100% do plantio e colheita da unidade será mecanizado”, explica o superintendente Newton Soares.

Até a implantação da terceira etapa, o Grupo Equipav deverá ter investido R$ 800 milhões no projeto. A indústria localiza-se em uma fazenda de135 alqueires e 47 mil m² de área construída. Para sua construção, trabalharam 85 empresas prestadoras de serviços e mais de 2 mil funcionários, diretos e indiretos. Sua área encontra-se toda pavimentada e com infra-estrutura para coleta de águas pluviais e residuárias, visando o reaproveitamento para economia em captação e consumo, pois está provida de sistema de limpeza a seco de cana.

O setor de moagem é um dos maiores instalados no Brasil. Na primeira fase conta com 5 ternos de 50” x 90”, com acionamento elétrico e redutores planetários, sendo acrescido de mais um terno na segunda fase. A caldeira também é um diferencial de mercado. A geração de vapor terá uma primeira caldeira com capacidade de 320 TVH, 490 °C e 65 Kgf/cm² operando em 2008, na seqüência será montada uma segunda unidade que irá produzir 380 TVH, 530 °C e 100 Kgf/cm². Outras novidades são os transportadores tipo aero-conveyors, que além de economizar energia terão baixos custos de manutenção.

“Além dos equipamentos de última geração e da automação da usina, sua localização é outro ponto favorável, pois está próxima às vias de acesso, tanto rodoviárias, ferroviárias quanto fluviais”, ressalta Soares. A fertilidade do solo também é ponto de destaque e possibilita produtividade acima da média do Estado.

Grupo lidera a co-geração de energia no Brasil - Com a inauguração da nova usina o Grupo Equipav consolida-se como a maior co-geradora de energia de biomassa no país. No total, com a capacidade instalada em sua unidade de Promissão (SP), mais a de Biopav, a empresa poderá moer 13 milhões de toneladas de cana em até 2 anos, a partir da implantação da 3ª fase. Juntas, em 2009, as duas plantas exportarão 750.000 mil MWh/ano para venda, suficiente para abastecer uma cidade com 1 milhão e meio de pessoas. E, ao término da Biopav, juntas, as usinas chegarão a marca de mais de 1 milhão MWh/ano.

A Biopav só veio fortalecer a liderança do Grupo, que no primeiro semestre desse ano já era a maior do setor”, comemora Newton Soares. O destaque se deve ao aumento da produção, introdução de novas tecnologias, e investimento em duas novas caldeiras e turbos geradores.

Além disso, a empresa otimizou a queima da palha da cana de açúcar, processo que começou na safra de 2007. Como a maior parte da colheita é mecanizada, foram desenvolvidas novas tecnologias que separam a palha durante a colheita e elas são transportadas diretamente para a usina para produzir energia. A Equipav, e agora a Biopav, são as únicas a utilizarem esta tecnologia em larga escala. Hoje, metade da palha da cana já é aproveitada para a geração de energia.

Biopav em números.: Para esta safra, que coincide com o início das operações da Usina, a capacidade da Biopav é de:Moagem de 1,0 milhão/t de cana | . Produção de 600.000 sacos de açúcar | . Produção de 50.000 m3 de litros de álcool.

Grupo Equipav - Em seus 48 anos de existência, o grupo, que começou no ramo da pavimentação, expandiu sua atuação para quatro grandes segmentos: Construção Civil (engenharia, construção, argamassa e mineração), Agroindústria (Açúcar, Álcool e Energia Elétrica), Concessões (de Rodovias, Terminal Rodoviário, Saneamento e Termogeração) e Ambiental (Coleta de resíduos sólidos, recuperação de áreas contaminadas e conservação de praças e áreas verdes).

Sediado em Campinas, o Grupo Equipav atua em diversos estados. Empresas como a Equipav Construtora, PavMix, Rodovia das Colinas, Águas Guariroba e Equipav Açúcar e Álcool integram a lista. Com mais de 8 mil funcionários, especializados nos vários mercados em que atua, a empresa projeta em 2008 um faturamento de R$ 1,2 bilhões.

Fonte: