O secretário estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, esteve esta semana em Araçatuba, onde participou da inauguração de uma estação de monitoramento da qualidade do ar, no câmpus da Unesp, e da Agência Ambientel Unificada, que deve agilizar as licenças ambientais.
Na sede regional da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental), Graziano recebeu a Folha da Região, onde falou sobre o Protocolo e Zoneamento Agroambiental. Graziano também afirmou que a queima da palha da cana-de-açúcar deve acabar antes do período firmado pelos usineiros com o Governo do Estado. Confira a entrevista.
Folha da Região - Como está o andamento do Protocolo Agroambiental?
Xico Graziano - Houve uma adesão muito grande das usinas e destilarias da região, tanto na redução da queimada quanto na recuperação das matas ciliares. O setor canavieiro já identificou 140 mil hectares no Estado de São Paulo em recuperação de mata ciliar. Isso é mais da metade de tudo aquilo que nós cadastramos em nosso sistema. Então, o setor vem cumprindo à medida que se comprometeu, obedecendo aos requisitos ambientais. Nós queremos o álcool, uma vez que o combustível é bom para a Agenda Ambiental, mas a produção de cana tem que ser sustentável.
Em relação ao Zoneamento Agroambiental, ele atende todas as necessidades?
Xico Graziano - O Zoneamento foi elaborado pela Secretaria Estadual do Meio Ambienta com o apoio da Secretaria de Agricultura do Estado. Ele é uma necessidade da sociedade paulista e nacional, por isso é preciso organizar melhor a produção e ter critérios diferenciados para o licenciamento. As regiões que a cana-de-açúcar podem se expandir mais facilmente. Em outras já há uma concentração muito elevada. O Zoneamento diferencia essas situações. Onde há problemas com recursos hídricos nós seremos muito mais rigorosos para dar licença ambiental. Na região Oeste, a expansão é mais fácil, então as licenças levarão isso em consideração. Nós temos agora torneirinhas que se regulam para a cana-de-açúcar em São Paulo.
O Zoneamento atende as necessidades das usinas da região, que estão em franca expansão?
Xico Graziano - A resposta é sim! São Paulo vai continuar na liderança brasileira da produção de açúcar e álcool, gerando muitos empregos.
Vamos exportar álcool garantindo que o etanol que sai daqui é verde. É um etanol que pode ser comprado pelo mundo, pois não traz consigo problemas ambientais.
Como está a questão da queima da palha da cana-de-açúcar?
Xico Graziano - A lei diz que a cana pode ser queimada até 2021. Mas pelo protocolo de compromissos assinado com o Governo, as queimadas acabam em 2014. No caso dos pequenos fornecedores de cana, foi solicitado um tempo maior, até 2017. Ainda estamos analisando o pedido. O que queremos é que as grandes áreas de queimadas desapareçam. Atualmente, as áreas de expansão de cana só recebem licença ambiental para a colheita crua. Não é permitido mais queimar cana na expansão dos canaviais. Isso já está acontecendo no Estado. Ou seja, o prazo para acabar com a queimada será reduzido, pelo bem do meio ambiente.
Diogo Rocha
Fonte: Folha da Região - Araçatuba/SP
terça-feira, 11 de novembro de 2008
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