terça-feira, 17 de junho de 2008

Cana-de-açúcar deverá ficar fora da Amazônia

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Reinhold Stephanes, disse nesta segunda-feira que o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar é o mais completo estudo já feito no Brasil sobre o produto. O estudo deve ser concluído em 31 de julho.

De acordo com o ministro, já estão mapeadas as áreas de pastagens, que têm preferência para a expansão da cana-de-açúcar. ´Ainda estão em elaboração os critérios para estabelecer as áreas de restrição que dependem de decisão de governo.

O zoneamento em estudo vai determinar onde será possível plantar cana-de-açúcar no Brasil, as áreas que terão incentivo do governo para o plantio, principalmente a degradadas como as de pastagens, e onde será totalmente proibido o cultivo do produto.

O bioma amazônico deverá ser uma das áreas de restrição total para expansão da cana-de-açúcar, que serão definidas pelo zoneamento agroecológico da cultura. A informação foi dada nesta segunda-feira pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que anunciou para 31 de julho a apresentação do mapeamento.

- Como princípio inicial, a Amazônia está fora - afirmou Stephanes, após participar de reunião para discutir o zoneamento. No entanto, disse ele, o acordo final sobre a possibilidade de utilização de áreas de floresta para plantio de cana-de-açúcar será “uma decisão de governo”, e não só do ministério.

O zoneamento agroecológico definirá em que áreas a cana-de-açúcar poderá ser produzida. O mapa valerá apenas para expansão da cultura, sem afetar os atuais produtores.

O Ministério da Agricultura já concluiu o mapeamento das áreas aptas a produzir cana-de-açúcar, o das áreas proibidas, como unidades de conservação e reservas indígenas, e o das áreas degradas e de pastagem, que, de acordo com Stephanes, serão utilizadas preferencialmente. Somente na Região Centro-Oeste, foram identificadas mais de 50 milhões de hectares de áreas aptas.

- Falta definir os critérios para estabelecer outras áreas de restrição. Por exemplo, se o bioma amazônico será todo ou não-todo, definir eventuais exceções - afirmou.

Atualmente, a produção de cana-de-açúcar no bioma amazônico (que não inclui estados como Mato Grosso e Maranhão, que fazem parte da Amazônia Legal) está restrita a poucos núcleos – cerca de cinco – segundo Stephanes, entre eles áreas de usinas já desativadas no Amazonas e no Acre.

O ministro ressaltou que outras culturas poderão ser substituídas pela da cana-de-açúcar “se o planejamento envolver essa necessidade”.

- Em principio, não se deseja a substituição de cultura. Mas se você tem uma usina com uma área de pastagem ao lado, e logo em seguida, uma de cultura e novamente uma de pastagem, não se poderá ‘pular’ a área de cultura.

Após a apresentação em julho, o zoneamento da cana-de-açúcar “vai ser entregue ao governo, que vai tomar decisões de governo”, afirmou Stephanes. Depois de finalizada pelo Executivo, a proposta deverá ser encaminhada ao Congresso Nacional.


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