O integrante do grupo que recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 2007 e também responsável pelo primeiro ônibus movido a etanol do Brasil, José Roberto Moreira, defendeu ontem, em Curitiba, o uso do álcool combustível e descreditou ao seu uso o aumento do preço dos alimentos.
Moreira esteve na capital para participar do I Seminário Internacional Sobre Aquecimento Global nas Cidades, promovido pelo Instituto Superior de Administração e Economia/Fundação Getúlio Vargas (Isae/FGV).
Doutor em Física pela Universidade de São Paulo (USP), o estudioso aponta o etanol como grande colaborador para frear o aquecimento do planeta. De acordo com Moreira, trata-se de combustível que não emite gases que provocam o efeito estufa, poluindo até 70% menos do que o óleo diesel.
Além disso, defende, o etanol é uma fonte energética segura. O pesquisador diz que os países poderiam produzir “em casa” o que precisam ou adquiri-lo de países mais estáveis politicamente do que os que vendem combustíveis fósseis.
No Brasil, a cana-de-açúcar é a grande fonte de matéria-prima deste tipo de combustível. Aumentar sua produção, para Moreira, também seria uma forma de criar mais empregos no campo.
Além disso, complementa, por trás das críticas ao aumento da produção de etanol escondem-se interesses de empresas ligadas ao petróleo e alimentícia. E ele vai além, defendendo que o aumento mundial dos preços dos alimentos não pode ser creditado ao etanol, já que representa apenas 1% dos combustíveis usados no planeta.
O governo brasileiro está para lançar o zoneamento agrícola para cana, dentro do Programa Brasileiro de Desenvolvimento de Biocombustíveis. O Brasil já tem um bom mercado para o etanol, mais ainda há muito para crescer. Hoje, a metade dos veículos são a álcool. No entanto, o combustível ainda representa 14% do utilizado, se comparado com os derivados de petróleo usados em outras áreas.
Elizangela Wroniski
Fonte: Paraná OnLine
terça-feira, 17 de junho de 2008
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