16/10/08 - Anunciada a implantação de uma indústria de beneficiamento de cana-de-açúcar, na produção de etanol, bioenergia e suplemento para gado, em Barra do Garças. O empresário João Carlos Meirelles e investidores do Grupo Cluster de Bioenergia apresentaram o projeto, na última segunda-feira, ao governador Blairo Maggi, que prevê a implantação de três destilarias em uma cadência escalonada e seqüencial de implantação das destilarias com defasagem de 2 anos de implantação de cada uma, com início de operação em 2012, 2014 e 2016.
Segundo João Carlos Meirelles, responsável pelo projeto, o investimento chegará a R$ 3 bilhões e deve atender além da cidade de Barra do Garças, outros municípios da região Leste de Mato Grosso, como Nova Xavantina e Água Boa.
“O projeto prevê três unidades de beneficiamento da cana-de-açúcar, divididas na região do Vale do Araguaia, com previsão de área total plantada em torno dos 180 mil hectares de pasto. Com isso a expectativa dos investidores é de que 2.400 diretos em cada unidade, somando um total de 7.200 empregos diretos e 20 mil indiretos sejam criados na região assim que todas as usinas estejam funcionando com capacidade total”, avalia. De acordo com Meirelles os investimentos serão distribuídos em um maior prazo de implantação, a operação da primeira usina vai possibilitar a formação de mão-de-obra operacional e gerencial para a implantação das outras duas usinas ou duas etapas seguintes poderão ser aprimoradas com a experiência das operações anteriores.
A alternativa de implantação em Mato Grosso vai incorporar avanços tecnológicos na área industrial, que estão em pleno desenvolvimento atualmente, usinas modernas com a incorporação destes avanços, tendem a ser mais eficientes, não poluidoras e competitivas, além de serem ambientalmente mais adequadas.
A capacidade de produção total, segundo João Carlos Meireles, o Cluster de bioenergia será um complexo agroenergético industrial projetado para a produção de 1.100 bilhão de litros e etanol/ano e geração de 1.200 GWh/ano de energia elétrica, visando à máxima competitividade e à máxima agregação de valor aos produtos agroindustriais.
Todos os valores dos investimentos agrícolas e industriais, incluindo os custos tributários existentes no Estado de Mato Grosso e as eventuais isenções/benefícios que poderão ser obtidos pelo grupo serão avaliados em uma minuta de protocolo de intenções a ser avaliado e aprovado pelo governador. “A definição da localização será até dezembro de 2008, aquisição das áreas das destilarias, execução do EIA/RIMA e estudos ambientais do Estado, em 2009, a implantação do primeiro canteiro e mudas em 2009; e a elaboração do Projeto Básico Industrial ao final de 2009”, completou Neldo.
Cada uma das destilarias (unidades industriais) ocupará uma área de 50 hectares e produzirá anualmente aproximadamente 360 milhões de litros de etanol, a partir da moagem de 4.0 milhões de toneladas de cana. No total as três destilarias produzirão anualmente cerca de 1,1 bilhão de litros de álcool.
Cada destilaria contará com uma unidade de geração elétrica anexa, com capacidade de produzir 530 GWh, sendo 130GWh para consumo interno e aproximadamente 400 GWh para venda no mercado atacadista de energia. As 3 destilarias produzirão anualmente cerca de 1.200 GWh para venda, energia que será despachada por meio de rede coletiva a ser disponibilizada pelo Estado.
A partir de uma produtividade média de 85 toneladas de cana/hectare, possível graças a disponibilidade de água da região e a adoção de tecnologias conhecidas e disponíveis, calcula-se necessária uma área aproximada de 274 mil hectares, compreendendo a área para o cultivo da cana, para a renovação periódica do canavial com cultivo de leguminosas, espaço para carreadores, (vias internas ao canavial) e reserva legal para a área do cerrado de 35 % da área total conforme instrução Normativa FEMA, número 2, de 21 de novembro de 2001.
Denise Niederauer
Fonte: Diário da Serra
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quinta-feira, 16 de outubro de 2008
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