A combinação de Crustáceos e Álcool, muito apreciada em nosso litoral, pode ajudar o Brasil a aumentar a produção de etanol.
Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Parque de Desenvolvimento Tecnológico - Padetec da Universidade Federal do Ceará, pode aumentar a produção de etanol no Brasil.
A pesquisa, coordenada pelo professor Afrânio Aragão Craveiro, utiliza organismos obtidos a partir de carapaças de crustáceos, que atuam no processo de fermentação do caldo de cana, aumentando o seu rendimento.
Otimista com o estudo, o professor afirmou que o país vai aumentar a produção em cerca de 800 milhões de litros anuais, sem precisar expandir as terras para plantio. “Se tudo correr dentro do previsto, o Brasil poderá aumentar em 5% a produção nacional de etanol sem a necessidade de adicionar novas terras ao cultivo, o que daria aí alguns bilhões de dólares, em função de que o Brasil, atualmente, produz 16 bilhões de litros de álcool”, disse.
O objetivo do estudo é aumentar a eficiência da fermentação do etanol por meio da chamada imobilização das leveduras. O material utilizado é o biopolímero quitosana, um derivado da quitina, que é um dos constituintes da carapaça dos crustáceos. Craveiro explicou que ao usar carapaças de camarão, lagosta e caranguejo, consideradas fonte de poluição ambiental estamos ajudando transformando e preservando do meio ambiente. “Nós estamos transformando aquilo que é lixo e poluente em um produto de alto valor agregado e benéfico para o país. É transformar lixo em lucro”, disse.
O projeto conta com apoio financeiro de R$ 1,4 milhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e está previsto para entrar em operação em julho deste ano. De acordo com o professor Aragão Craveiro, o compromisso assumido com o BNDES para a concessão do financiamento é que essa tecnologia ficará disponível a quem estiver interessado em adquiri-la.
O processo industrial deverá ser utilizado, inicialmente, pela Polymar Ciência e Nutrição S/A, uma empresa de base tecnológica, criada e incubada no Padetec em 1997 e que hoje funciona em sede própria nas proximidades do Distrito Industrial de Fortaleza, onde produz os biopolímeros quitina e quitosana, obtidos a partir de carapaças de camarão, lagosta e caranguejo, através de tecnologia inovadora já registrada e patenteada.
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