A Comissão Européia, órgão executivo da União Européia (UE), aprovou nesta terça-feira (20) o fim dos subsídios ao etanol, criados em 2003. Contudo, em uma mensagem ao Brasil e aos Estados Unidos, Bruxelas também deixou claro que irá insistir em critérios duros para a entrada no mercado europeu de biocombustíveis que não respeitem o meio ambiente e aspectos sociais. A UE ainda quer evitar importar etanol que esteja contribuindo para uma distorção no fornecimento de alimentos.
A comissária de Agricultura da UE, Mariann Fischer Boel, conseguiu que sua proposta para acabar com a ajuda de 45 euros por hectare plantado fosse aceita pelo braço executivo do bloco.
Agora, precisará ter o voto dos 27 países membros da UE para que a decisão seja implementada. No total, o bloco gastou pelo menos 90 milhões de euros apenas nesse programa. Na avaliação da comissária, o etanol é parte da solução energética da Europa.
O dinheiro liberado agora será utilizado para financiar pesquisas no desenvolvimento da segunda geração de biocombustíveis, que teriam um impacto ambiental menor. Para a UE, um motivo estratégico para o uso do etanol é acabar com a dependência na importação do petróleo.
Alimentos
Em uma estratégia divulgada hoje pela UE para lidar com a alta dos preços dos alimentos, Bruxelas voltou a defender o etanol europeu e isentou o combustível de estar causando a inflação. "No setor de transporte hoje, a única alternativa ao petróleo é o biocombustível", afirmou a UE.
Segundo o bloco, apenas 1% do cereal produzido na UE vai para o biocombustível, o que não explicaria as altas de preços. Os europeus, porém, alertam que os incentivos dados nos Estados Unidos para o etanol de milho teve um papel no encarecimento do alimento.
Já a meta de 10% dos carros movidos a etanol até 2020 teria um impacto também na Europa. Os preços dos cereais aumentariam entre 3% e 6% e outros produtos poderiam aumentar em até 15%. Por isso, a UE pede que a expansão do etanol tanto na Europa como no resto do mundo ocorra com o uso "responsável de terras".
Fonte:
Da Agência
quarta-feira, 21 de maio de 2008
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