quinta-feira, 29 de maio de 2008

Petrobras: alcoolduto deve entrar em operação em 2009

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse nesta segunda-feira (26/05) que a empresa pretende operar o seu primeiro alcoolduto até o final de 2009. O projeto mais avançado é o que liga os municípios de Senador Cañedo (GO) e Paulínia (SP), com 1.150 km de extensão e um custo aproximado de US$ 1 bilhão.

O objetivo é escoar a produção de etanol da região Centro-Oeste, passando pela cidade mineira de Uberaba e as paulistas Ribeirão Preto e Guararema. Dessa última, o duto seguirá para São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, e daí para o terminal de Ilha d'Água, no Rio de Janeiro.

"Estamos fazendo várias etapas desse alcoolduto e acreditamos que as primeiras devem estar em operação no final de 2009", previu Gabrielli, durante cerimônia de lançamento do Programa de Modernização e Expansão da Frota e de Embarcações de Apoio e da segunda fase do Programa de Modernização da Frota de Petroleiros.

A solenidade foi em Niterói (RJ) e contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

"A Petrobras tem uma posição muito clara de ser um grande player internacional na comercialização e na logística de etanol. Com isso, estamos montando programas de exportação, principalmente para o Japão, criando cadeias de logísticas para levar o produto das áreas novas para os portos, em projetos de dois grandes alcooldutos", disse Gabrielli.

O projeto, cuja execução ficará sob a responsabilidade da Petrobras, inclui ainda um segundo trecho que ligará a hidrovia Tietê-Paraná ao terminal de Paulínia. A iniciativa é baseada em um acordo firmado em fevereiro deste ano entre a estatal brasileira, a empresa japonesa Mitsui e a brasileira Camargo Corrêa, que resultou na criação da empresa PMCC Projetos de Transporte Álcool S.A. que realizará as fases do projeto conceitual e básico do alcoolduto.

De acordo com seu Plano de Negócios, a Petrobras pretende investir até 2012 aproximadamente US$ 700 milhões em projetos e infra-estrutura para exportação de um volume de 4,7 bilhões de litros de etanol.

Entre Guararema e Paulínia, o alcoolduto terá capacidade de escoar até 12 milhões de metros cúbicos de etanol por ano. Desse total, cerca de 4 milhões de metros cúbicos serão escoados pelo terminal da Ilha d'Água e aproximadamente 8 milhões, pelo de São Sebastião.

Há também um outro projeto de alcoolduto, de 920 km de extensão, saindo de Campo Grande (MS) até o Porto de Paranaguá (PR). Em março deste ano, o ministro de Minas e Energia, Édison Lobão, anunciou que um grupo de estudos, formado por técnicos da Petrobras e dos estados do Mato Grosso do Sul e do Paraná, ficou encarregado de fazer a análise prévia da viabilidade financeira, o traçado do duto, levantamento dos volumes de produção de álcool na região, o impacto ambiental da obra e o orçamento do empreendimento. O prazo de conclusão do relatório era de 90 dias, o que significa o mês de junho.

Segundo informações da Petrobras, a empresa pretende ampliar sua atuação no negócio etanol, participando da cadeia produtiva nacional para o desenvolvimento de mercados internacionais, com foco em logística e comercialização. Para isso, a companhia participará (de forma minoritária) de associações em novas plantas de etanol para exportação, como forma de obter a garantia do fornecimento do produto.

A companhia também vai priorizar investimentos em pesquisa e desenvolvimento na segunda geração tecnológica de etanol, baseada nos estudos realizados pelo Centro de Pesquisas da Petrobras com a lignocelulose (produção de álcool a partir da celulose).

O Brasil é dono da segunda posição mundial em produção de etanol. São 22 bilhões de litros produzidos anualmente.

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