Pelo menos cinco ministérios estão muito longe de fazer, na prática, o que prega o discurso mundial do Brasil em favor dos combustíveis renováveis. Apesar de, pouco a pouco, os carros flex ampliarem a participação na frota federal, três pastas diretamente ligadas ao projeto brasileiro de tornar o etanol uma commodity internacional não dão o exemplo. No Ministério do Meio Ambiente, 73,08% dos 26 automóveis utilizados por seus servidores rodam a gasolina ou diesel. À disposição da chancelaria, no Itamaraty, 59 dos 85 carros (69,41%) usam fontes poluentes. O percentual cai a 55,56% - 20 de 36 - na Agricultura.
O levantamento do "Globo", feito em 15 dos 23 ministérios e na Presidência da República, coloca ainda os ministérios da Defesa - com 73,02% dos carros a gasolina ou diesel - e dos Transportes - 55,17% - entre os maus alunos da Esplanada.
O grande uso de veículos poluidores por essas pastas encontra correspondência na frota de carros de passeio que trafegam pelas ruas de Brasília. De acordo com o Detran do Distrito Federal, 68,2% dos carros da cidade são movidos a diesel ou gasolina. Situação semelhante à do estado de São Paulo, que lidera o ranking nacional em número de automóveis e comerciais leves abastecidos com combustíveis poluentes. São 6,9 milhões de unidades, pouco mais de 70% do total. No Estado do Rio, 65% dos cerca de 4 milhões de veículos usam diesel ou gasolina. E apenas 17% deles consumem fontes renováveis.
Apesar do mau exemplo em Brasília, muitos ministérios estão em dia com o dever de casa. O campeão é a pasta do Desenvolvimento, onde 14 dos 17 automóveis (tanto da frota própria quanto da terceirizada) podem utilizar fonte limpa, um recorde que seria ainda maior caso o Papa-Móvel, de 1980 e movido a diesel, não fizesse parte de seu patrimônio. Também diretamente ligada à produção de biocombustíveis, a pasta de Minas e Energia tem 12 de seus 16 veículos (75%) flex ou movidos a etanol.
O Ministério da Fazenda também dá exemplo. Na frota de 52 veículos, 67,3% (35) usam fonte renovável - são flex ou movidos a álcool. O restante usa gasolina ou diesel. E no Palácio do Planalto, a frota que serve ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua "entourage" é composta por 96 carros. Destes, 64 - ou 66,67% do total - são abastecidos como álcool (46) ou são flex (18).
Mônica Tavares
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terça-feira, 1 de julho de 2008
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