sábado, 19 de julho de 2008

Votorantim desenvolve cana trangênica

O Brasil poderá ser um dos líderes da Biotecnologia em um futuro próximo.Temos recursos humanos, empresas instaladas no país e uma bagagem considerável de conhecimento na área agrícola. Agora precisamos que a regulamentação existente no país favoreça o crescimento na área de biotecnologia. Duas empresas, uma Nacional e a outra Multinacional, mais uma vez fecham acordo para que ambas tragam para a sociedade os benefícios de variedades agrícolas modernas.

A Alellyx e a CanaVialis, duas empresas de biotecnologia da Votorantim Novos Negócios (VNN), formaram, no ano passado, uma parceria inédita na América Latina com a multinacional Monsanto, grande multinacional norte-americana, mesma empresa que fabrica o fungicida do Roundup Ready®.

Com a parceria, os genes RR (usado na soja transgênica) e Bt (usado em algodão transgênico), de propriedade da multinacional foram licenciados para a Alellyx implantá-los em novas variedades Trangênicos: Mentira Ideológica de cana-de-açúcar. O plano é ter os primeiros cultivares comerciais de cana com os novos genes em 2009.

Quando esses produtos estiverem sendo utilizados, as empresas prevêem redução dos custos de produção nos canaviais, uma vez que vários agroquímicos deixarão de ser aplicados, tanto para o controle de ervas daninhas como para o controle de insetos.

A cana com tecnologia Bt seria resistente à Broca-do-colmo (Diatraea saccharalis), um inseto cuja larva se alimenta do sulco da planta. Essa é uma das principais pragas da gramínea, que atualmente é combatida por meios químicos e biológicos. O mesmo gem poderia combater também a cigarrinha, outra "praga" cultura, insetos esses que tendem a aumentar com a gradativa redução das queimadas da palha.

A tecnologia RR, conhecida como RR GA21 (tolerante ao herbicida glifosato), no caso da cana RR, ela poderia ser bastante útil nas plantações que irão se desenvolver em áreas de pastagens degradadas. A cana resistente ao herbicida poderia ser eficiente em áreas que têm o capim Braquiária, de difícil combate atualmente. Hoje essa erva é retirada de plantações de cana por meio da capina ou por uma cuidadosa aplicação do herbicida. "Com a cana resistente, o glifosato pode ser aplicado sem problemas".

O acordo, de mão dupla, insere as empresas da Votorantim Novos Negócios no mercado internacional de genes funcionais, um mercado em que o Brasil começa a alcançar apenas agora e que pode gerar bilhões de dólares em royalties. O valor desta troca tecnológica não foi divulgado, apenas o fato de que as empresas dividirão os royalties obtidos com a comercialização das variedades transgênicas, mas o percentual que caberá a cada uma das companhia são confidenciais.

Pelo acordo, a Alellyx, que tem a tecnologia de implantar o gem alterado na cana, vai utilizar em um primeiro momento os gens desenvolvidos pela Monsanto. E quem vai comercializar o produto para as usinas após a aprovação é a CanaVialis, que já desenvolve variedades não-transgênicas para usinas - atualmente a empresa tem acordo com 52 usinas, e suas plantas já estão em mais de 1 milhão de hectares (um sexto da área nacional).

A Monsanto, por outro lado, poderá ter acesso a gens desenvolvidos pela Alellyx, que poderão ser implantados em culturas com as quais a empresa é especializada, como milho, canola, soja, algodão e hortaliças.

A Alellyx terá uma vantagem adicional nesta parceria. Ela poderá se beneficiar de um acordo entre a Monsanto e a Basf, que juntaram os esforços em descobrir funções para genes em todo o mundo. Ambas as empresas investem juntas agora US$ 1,5 bilhão por ano nestas pesquisas, o que gera todos os anos vários genes funcionais que poderão ser agora acessados pela Alellyx para desenvolver melhores variedades para cana, laranja e eucalipto, as três culturas foco da empresa.

A Alellyx já desenvolveu, por exemplo, um gem para a cana que aumenta em 80 por cento a sacarose por hectare. Essa variedade já foi aprovada pela CTNBio para pesquisa de campo, que deve durar pelo menos mais dois anos. Caso seja aprovada, poderia significar um aumento na produção de açúcar em 80% e de 45% de álcool na mesma área atualmente ocupada pela cana.

Um fator que deve colaborar para a aprovação comercial das canas RR e Bt o fato de essas mesmas tecnologias já terem sido aprovadas pela CTNBio - Comissão Técnica Nacional de Biossegurança para a soja e algodão, respectivamente.

Fonte: Fontes Diversas

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