sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Argumentos contrários ao etanol estão cada vez mais infundados

SAFRAS (28) - O presidente da Subcomissão Permanente dos Biocombustíveis da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), senador João Tenório (PSDB-AL), afirmou que o momento é muito oportuno para discussões sobre os biocombustíveis, visto que os argumentos contrários à produção de etanol no Brasil estão cada vez mais infundados. Entre eles, o senador citou o de que plantar cana-de-açúcar na Amazônia pode aumentar o índice de desmatamento.

"Falta muita informação e sobra muita desinformação", disse o senador durante o 9 Seminário Nacional de Biocombustível no Brasil, que analisou nesta quarta-feira (27) a responsabilidade socioambiental e a competitividade do setor, bem como os produtos e as tecnologias que caracterizam a atividade.

Em seu pronunciamento, João Tenório manifestou-se contrário à plantação de cana-de-açúcar na região amazônica, não porque isso provocaria desmatamento, mas porque o produto requer um período de seca para ser colhido, o que não é possível no Norte do país, pelo alto índice de chuvas. Além disso, lembrou, o excesso de água dificulta o amadurecimento da cana.

Para aumentar a área de cultivo da cana, o senador sugeriu que os pecuaristas mudem seu sistema de criação de gado: "Criamos um animal por hectare. Seria razoável, com recursos, migrar a extensividade, mudar de um boi para um boi e meio por hectare. Assim, livraríamos sessenta e dois milhões de hectares de terra, produzindo a mesma quantidade de gado, e destinando essa terra excedente para cultivo de cana", defendeu.

Além de João Tenório, o seminário contou com a participação do deputado Eduardo Gomes, da Comissão de Minas e Energia da Câmara; do representante oficial do Brasil na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Tubino; do assessor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Manoel Policarpo; do diretor da Petrobras Biocombustível, João Noberto; do secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis Renováveis, do Ministério de Minas e Energia, José Lima; e do consultor legislativo da Câmara dos Deputados Paulo César Ribeiro Lima, que fez a mediação dos debates.

Organizado pelo Instituto Brasileiro de Ação Responsável e pelo Congresso Nacional, o seminário teve como objetivo compilar dados a serem apresentados à Conferência Internacional de Biocombustíveis que será realizada em São Paulo, em novembro, para discutir a liderança brasileira na produção de combustíveis vegetais e o Programa de Produção e Uso do Biodiesel, do governo federal.

As informações partem da Agência Senado.

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