Nem todos estão de acordo com o tratamento dado ao Brasil. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, pediu mais concessões do Brasil, Índia e China.
O etanol é o produto que hoje comanda a diplomacia comercial brasileira, e o chanceler Celso Amorim insiste que as tarifas sobre o produto precisam ser liberalizadas. França, Itália, Romênia e Áustria alertam que não é hora de tratar do assunto, e dizem que a indústria européia precisa ser protegida.
Para Portugal e os escandinavos, deveria haver margem de manobra. Ontem, os três países sugeriram ao comissário de Comércio da UE, Peter Mandelson, que a UE ofereça certo acesso a seu mercado. Em troca, ganharia corte de tarifas em um setor industrial no Brasil.
Mas nem todos gostaram da idéia. A Romênia alertou que a competitividade do produto brasileiro destruiria a produção local, enquanto a Áustria alertou que o produto precisa ser mantido entre os bens sensíveis. Os europeus confirmaram que o tema deixava os brasileiros nervosos, principalmente ante a possibilidade de cotas.
Sobre os comentários do presidente francês, Mandelson deixou claro que não é Sarkozy quem negocia em Genebra, e é a UE que fala em nome do bloco. Sarkozy comprou uma briga com Mandelson há poucas semanas ao afirmar que o comissário estaria oferecendo mais que poderia em termos de acesso aos mercados emergentes.
Questionado sobre os comentários de Sarkozy, Mandelson respondeu que diria apenas “que a Comissão é encarregada das negociações na OMC em favor de todos os estados-membros”. Sarkozy insistiu, afirmando que, “se o acordo que está sobre a mesa não for modificado, não assinaremos”.
Jamil Chade
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