15/08/08 - Novos dados divulgados ontem pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) permitem avaliar melhor o peso que o etanol vem representando na produção norte-americana de milho e de que forma afeta, prejudicando, a produção animal.
Uma vez que já está definido em lei quais os volumes de etanol que serão adicionados à gasolina em 2008 e 2009, neste ano o país precisará de três milhões de bushels (76,2 milhões de toneladas) para atender a essa demanda. E de 4,1 milhões de bushels (104,1 milhões de toneladas) em 2009 para o mesmo fim.
Portanto, depois de consumir perto de 2,2 milhões de bushels em 2007 (cerca de 53,8 milhões de toneladas, volume superior ao da produção brasileira), o etanol de Bush vai solicitar neste ano um volume 41% maior e, no ano que vem, quase o dobro (+93%) do que foi consumido em 2007.
O único senão é que a produção, além de não crescer com essa velocidade como é desejável, também depende diretamente do clima. E, segundo o USDA, enquanto no ano safra 2007/2008 aumenta perto de 25% em relação a 2006/2007, chegando aos 332,1 milhões de toneladas, em 2008/2009 deve apresentar um recuo de 6% em relação à safra atual, caindo para 312,1 milhões de toneladas.
Quem mais sofre com isso, naturalmente, é o maior e mais tradicional consumidor do grão, a alimentação animal. Que paga a conta não só em termos de preço, mas também de disponibilidade do produto. Assim, o USDA prevê que depois de um aumento de consumo da ordem de 8% neste ano, o volume de milho destinado às rações sofrerá uma queda superior a 12%, recuando a nível inferior ao registrado na safra 2006/2007.
Essa constatação desenha ao menos dois cenários favoráveis para a agropecuária brasileira: (1) que o milho continuará altamente valorizado; portanto, vale a pena plantar; (2) que a produção animal norte-americana deve recuar em relação a 2008; por decorrência, continuará havendo bom espaço para as carnes brasileiras no mercado internacional.
Fonte: AviSite
domingo, 17 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário